NA REGIÃO DO RIO DOCE

Mulher usa peixeira para matar homem que tentou beijá-la à força

Homicídio aconteceu na cidade de Tumiritinga; suspeita confessou o crime e afirmou que deixou apenas a vítima tomar um banho em sua casa

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 26 de fevereiro de 2015 | 09:02
 
 
 
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Uma mulher de 49 foi presa em flagrante após matar um homem que tentou beijá-la e agarrá-la à força, nessa quarta-feira (25), na cidade de Tumiritinga, na região do Rio Doce. Ela confessou o crime.

De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, ao ser detida em casa, localizada na rua Cinco, na Toca do Jao, a gari contou que, depois do almoço, estava no imóvel quando Geon Miranda Rocha, de 43, chegou e pediu para tomar um banho. A suspeita permitiu que o lavrador fosse realizar sua higiene.

Ainda na versão da dona de casa, enquanto a vítima estava no banheiro, ela foi faxinar a residência. Rocha finalizou o banho e, ao se encontrar com a agressora na sala, tentou agarrá-la . Nesse momento, a mulher se assustou e correu para a cozinha, onde pegou uma faca peixeira e desferiu um golpe nas costas do lavrador. Vizinhos escutaram a confusão e acionaram a polícia.

Militares chegaram ao endereço indicado e encontraram o lavrador sangrando muito. Ele foi socorrido ao hospital de Tumiritinga, mas, devido à gravidade do ferimento, precisou ser encaminhado ao Hospital de Pronto-Socorro de Governador Valadares, na mesma região. No entanto, ele não resistiu aos ferimentos.

A suspeita também foi encaminhada à delegacia para prestar esclarecimentos. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, a agressora confirmou a versão apresentada aos militares, mas disse que não tinha a intenção de matar. 

Ela foi encaminhada ao Presídio de Conselheiro Pena e vai responder por homicídio. O inquérito será concluído em dez dias pela delegada Verenna Laurenn, da mesma cidade. 

Meu sogro não seria capaz de agarrar ninguém à força, diz nora

A família de Geon ainda tenta encontrar explicações para a morte do lavrador. Segundo a nora da vítima, Rosane Morais da Silva, a versão contada pela suspeita não convenceu. “Meu sogro era uma pessoa boa. Nunca seria capaz de agarrar ninguém à força. Ela também nunca foi de se envolver em confusão. Não sei o que realmente aconteceu dentro da casa”, disse a auxiliar de serviço gerais Rosane Morais da Silva, de 23.

Segundo ela, a família não era amiga da suspeita, mas a conhecia de vista. Nessa quarta-feira, Rocha, que é separado, saiu de casa para prestar um serviço em uma residência perto do imóvel da agressora. “A cidade é pequena. Todo mundo se conhece, mas, que eu saiba, os dois não tinham intimidade. Me disseram que no momento do crime ela, que vive com o marido, estava bêbada.Porém, eu não vi”, contou a mulher.

A auxiliar de serviço gerais afirmou que o sogro era usuário de maconha e fazia uso de bebidas alcoólicas. No entanto, na hora do crime ele estaria sóbrio. “Ele deixa cinco filhos, sendo que o mais novo tem 13 anos. Queremos que a justiça seja feita”, afirmou.

Demora no atendimento médico

Durante a conversa com a reportagem de O TEMPO, Rosane disse que o sogro demorou a receber atendimento médico. “A ambulância da prefeitura chegou primeiro que a polícia, mas disse que não poderia socorrê-lo antes da chegada da viatura. Com isso, meu sogro ficou por 30 minutos caído no chão e meu marido desesperado gritando por socorro. Isso é um absurdo”, denunciou a jovem.

A secretária de saúde de Tumiritinga, Márcia Bezerra de Carvalho Pereira, afirma que a denúncia não procede. “A ambulância chegou logo depois que foi solicitada e prestou todo socorro à vítima. No entanto, infelizmente, o homem foi a óbito.

Rocha será sepultado nesta quinta-feira (26).

 

Atualizada às 11h30.

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