Na véspera do Dia dos Pais, a população formou filas para fazer compras em um shopping no centro de Belo Horizonte neste sábado (8). Diferente do comércio tradicional, os shoppings podem ficar abertos das 12h às 20h. Mesmo antes do horário, o público aguardava ansioso.
"Na verdade, eu vim ontem, estava muito lotado e resolvi voltar hoje, mas continua lotado", disse o empresário Rafael Sousa, que escolheu comprar o presente no shopping porque o pai dele gosta muito de uma das lojas.
"Com os shoppings aderindo às medidas de segurança a gente se sente bem mais seguro para comprar", concluiu.
Havia marcações no chão para que as pessoas na fila respeitassem a distância mínima de dois metros. Funcionários do shopping orientavam os consumidores.
Já Mércia Gonçalves se surpreendeu com o movimento também do comércio de rua. Ela comprou presentes para o marido e o padrasto. O comércio fica aberto até às 15h deste sábado.
"As lojas estão bem cheias. Eu gostei de ver porque estou torcendo para que o comércio reaja", disse ela, que está desempregada no momento. Mércia aprovou os procedimentos adotados pelos estabelecimentos. "Os lojistas estão cumprindo as regras. Todos os lugares que entrei estão monitorando a quantidade de pessoas, álcool em gel. Está sendo bom", concluiu.
A estudante Mariana Lima deixou para comprar o presente do pai no último dia porque não sabia que a reabertura começou na na quinta-feira (06).
"Eu não sabia que estava aberto deste quinta-feira. Eu pensei que abriria só hoje", conta. Diferente de Mércia, ela afirma que apenas algumas lojas estão controlando a entrada de pessoas. "Tem alcóol em gel, sim. Em alguns lugares a entrada está controlada, mas em outros o fluxo está normal e está bastante cheio", afirma.
Na Galeria Ouvidor, tradicional ponto de compra de material para artesanato, a entrada era controlada, havia medição de temperatura e a capacidade máxima foi reduzida para 300 pessoas.
Shirlei de Freitas aproveitou o último dia para comprar livros de literatura para a filha nas lojas da galeria. "Eu senti necessidade de sair, de andar, bater perna, isso sim. Mas está bem tranquilo, tem alcoól em gel, está tendo fiscalização. Está bacana", disse a assistente administrativa.
O síndico da Galeria Ouvidor, Valter Faustino, explica que no primeiro dia de reabertura, na quinta-feira, 06, houve filas e acúmulo de clientes, mas que na sexta e neste sábado o movimento estabilizou.
"A nossa sensação é que foi uma demanda reprimida. Quatro meses e meio da galeria fechada. Na sexta-feira foi bem tranquilo, as vendas foram boas. Hoje, sábado, está tranquilo e acredito que vai ficar tranquilo até às 15 horas". afirma o síndico.
Segundo ele, o movimento caiu 80% em relação ao período pré-pandemia. Faustino aprova a estratégia da Prefeitura de Belo Horizonte de permitir a abertura apenas em alguns dias da semana.
Este é o último dia com o comércio aberto antes de uma pausa determinada pela Prefeitura de Belo Horizonte, o que também contribuiu para que as pessoas saíssem para fazer compras. As lojas, galerias, centros comerciais e shoppings só voltam a reabrir na quarta-feira, 12.
"É um bom início. Para quem estava fechado há quatro meses e meio, qualquer coisa que vier é um bom ínicio. Claro que gostaríamos que fosse todos os dias, mas obviamente temos que ter consciência que existe uma pandemia e que ela é muito perigosa", disse.