Acidente BR-381

'Não muda nada. É mais um óbito nessa BR assassina', diz irmã de vítima

Irmã e sobrinha das vítimas do acidente se revolta com as condições da estrada; Tragédia envolvendo dois veículos interditou totalmente a via no sentido Vitória

Por Raquel Penaforte
Publicado em 15 de agosto de 2022 | 14:52
 
 
 
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O sentimento de dor que a assistente financeiro Fernanda Neiva, de 40 anos, sente por ter pedido um irmão e dois tios se confunde com o de revolta por ver os familiares se transformarem em vítimas de mais um acidente gravíssimo na BR-381. O carro que eles ocupavam com outras duas pessoas colidiu com um caminhão, na altura do KM 30 da rodovia, em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (15).

“Não sei de quem é a culpa, mas o estado tem participação nisso”, acusa a mulher enquanto se divide para atender ligações de parentes e resolver burocracias no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, onde a mãe e a sobrinha de 8 anos, que estavam no veículo, foram encaminhadas. Elas estão fora de perigo, segundo familiares, que obtiveram informações do hospital.

Ao todo, sete pessoas se envolveram no acidente: cinco ocupantes de um carro de passeio (sendo três vítimas fatais) e dois ocupantes do caminhão, que não têm parentesco com os outras vítimas

A família estava em um sítio em Iapu, próximo à Ipatinga, no Vale do Rio Doce, onde moram os avós de Fernanda e do irmão dela, Alexandre Honório da Neiva, 42 anos, que morreu preso às ferragens. Vários familiares foram até o local passar o dia dos pais, mas a tragédia interrompeu o feriado.

"Ele (o irmão) tinha o hábito de viajar toda semana pra lá. Ele tinha experiência nessa estrada. E sempre viu muito buraco, principalmente depois que teve essa chuva no início de ano que destruiu tudo. O governo não tomou providência nenhuma, né? Toda vez que passamos é barranco caindo, é desvio, muito congestionamento, muito caminhão. É pura falta de segurança mesmo”, reclama. 

Com o acidente, a pista precisou ser interditada no sentido Vitória. Os quatro sobreviventes foram atendidos pelo Samu. O Arcanjo, helicóptero da corporação, ajudou no resgate de três vítimas. Seis viaturas do Corpo de Bombeiros foram até o local. Perícia e rabecão também acionados.

“Está doendo muito. Eu perdi um irmão, meus pais perderam um filho e minha sobrinha agora perdeu o pai. E o que vai acontecer? Nada! Mais um óbito nessa BR assassina. Duplicaram um pedaço com aquela obra faraônica, mas quem perde é quem perde familiar”, afirma.

Os corpos das três vítimas foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte. A dinâmica do acidente ainda não foi informada.

 

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