covid

No Norte do Triângulo Mineiro, 87% dos leitos de UTI estão ocupados

As principais cidades da região estão com hospitais lotados e fecharam o comércio não essencial para conter o avanço do coronavírus

Por Cinthya Oliveira
Publicado em 21 de fevereiro de 2021 | 17:15
 
 
 
normal

Mesmo com o fechamento do comércio não essencial em muitas das cidades que compõem a macrorregião de saúde Triângulo Norte, a situação da epidemia de Covid-19 nesses municípios ainda é bastante crítica. Nos principais centros urbanos da região, muitos hospitais estão com 100% dos leitos de UTI ocupados e pacientes são transferidos para outras localidades de Minas.

De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), 87,54% de todas unidades de terapia intensiva da região estão ocupadas, sendo 44% delas por pacientes com Covid. Apenas 35 UTIs estão disponíveis na rede pública para atender pacientes com qualquer doença.

Pelo menos mais dois pacientes foram transferidos neste domingo para o Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte. Um é um morador de Coromandel de 78 anos, enquanto o outro tem 51 anos e vive em Monte Carmelo.

Em Coromandel, mais de 15 pacientes tiveram de ser transferidos depois que o hospital público da cidade ficou rapidamente com todos os leitos Covid ocupados. De acordo com boletim publicado na última sexta-feira (19), a cidade tem 584 casos confirmados da doença ainda em acompanhamento – equivalente a 2% da população. A cidade já confirmou 33 óbitos por causa do novo coronavírus.

Para se ter uma ideia de como a epidemia teve uma evolução rápida em Coromandel, um boletim divulgado no dia 27 de janeiro indicava que a cidade tinha 34 casos em acompanhamento e dez mortes confirmadas. Naquele momento, havia duas pessoas internadas por causa da doença. Atualmente, por outro lado, são 45 pacientes em enfermaria e nove em UTIs.

Em Monte Carmelo, há 990 pacientes em acompanhamento no momento. Todos os 31 leitos de enfermaria e 19 UTIs estão ocupados no momento. A cidade já registrou 62 óbitos, sendo que 40 deles foram registrados na última semana. No último dia 13, o prefeito da cidade, Paulo Rocha, foi às redes sociais pedir empréstimo de cilindros de oxigênio para a população.

95% DAS UTIS OCUPADAS EM PATROCÍNIO E ARAGUARI

A situação também é grave em Patrocínio, cidade que decretou toque de recolher para conter a alta de casos de Covid. Neste momento, a Santa Casa da cidade está com 95% de ocupação na enfermaria e 100% na UTI. A cidade tem 192 casos em acompanhamento e 72 mortes confirmadas.

Já na Santa Casa de Araguari, a taxa de ocupação da UTI é de 95%. Para conter o avanço da epidemia, a prefeitura decretou neste sábado o fechamento dos serviços não essenciais. Somente entre os dias 4 e 17 de fevereiro, a cidade registrou 725 casos novos da doença. A cidade tem 208 mortes confirmadas desde o início da pandemia.

SITUAÇÃO CRÍTICA EM UBERLÂNDIA

Em Uberlândia, 95% dos leitos de UTI da rede pública estão ocupados – são 222 pacientes internados nessas unidades. Desde o início da pandemia, a cidade registrou 919 mortes pela doença – sendo que 100 delas foram confirmadas neste mês.

A prefeitura emitiu um comunicado neste sábado em que orienta a população a buscar atendimento médico somente em caso de extrema urgência, pois as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) estão lotadas. Desde sábado, somente serviços essenciais podem funcionar no município, que é o segundo maior de Minas Gerais.

O infectologista Carlos Starling alerta: a grave situação no Triângulo Norte pode acontecer em outras localidades do Estado. “O que está acontecendo no Triângulo Mineiro pode se repetir em outras regiões de Minas Gerais. Inclusive, a falta de oxigênio que aconteceu em Monte Carmelo pode se repetir em outros municípios, porque a epidemia cresce rapidamente”, explicou.

Assistência

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), informou, por nota, que tem monitorado a situação do aumento de casos na macrorregião Triângulo do Norte e trabalha para que todos os pacientes tenham acesso à assistência médica adequada.

"O Governo de Minas Gerais, por meio de suas Secretarias de Saúde e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, tem acompanhado e monitorado o consumo de oxigênio e outros insumos e suprimentos relacionados ao enfrentamento da COVID-19. O monitoramento abrange o acompanhamento do consumo junto a municípios e/ou prestadores, bem como, em alguns casos, conversas diretas com fornecedores estratégicos", garantiu.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!