Um homem que apresentava ótima saúde. É essa a descrição que a quinta testemunha do caso Backer faz sobre o pai, que morreu após consumir a cerveja da marca, a Belorizontina, em 2020. De acordo com ela, o homem tomou apenas uma garrafa da bebida em um fim de semana.
A mulher, que não teve o nome divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), prestou depoimento no segundo dia do julgamento que apura a responsabilidade sobre a contaminação da cerveja da marca.
De acordo com ela, o pai passou mal na segunda semana de janeiro de 2020. Ele foi levado ao hospital, onde os médicos já tinham conhecimento sobre os casos de intoxicação com a Belorizontina. Lá, os profissionais questionaram sobre o consumo da bebida. Como a vítima confirmou a ingestão, já foi feito todo o tratamento adequado para a situação.
O homem foi encaminhado para a UTI, mas não resistiu e acabou perdendo a vida.
O caso envolvendo a Backer começou a ser investigado em 5 de janeiro de 2020, poucos dias após as primeiras vítimas passarem mal depois de ingerir a cerveja Belorizontina. As investigações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação.
Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.
Hoje, terça-feira (24/05), é o segundo dia de audiências do caso Backer. A Justiça Mineira começou a ouvir na segunda-feira (23/05) as testemunhas do processo que apura a responsabilidade sobre a contaminação da cerveja da marca.
Estão previstos sete depoimentos para esta terça-feira. Nessa segunda (24), foram ouvidas 4 vítimas e 2 testemunhas. Entre os principais relatos, estavam os de pessoas que afirmam sofrer com as consequências da intoxicação mesmo mais de dois anos após terem ingerido a bebida. Ao todo, dez pessoas morreram ao consumirem o produto e mais de 20 teriam apresentado problemas de saúde.
As expectativas são de ouvir 28 pessoas até o fim desta semana, presencialmente e por videoconferência. Ainda não há data definida para os depoimentos da defesa e dos acusados.