"Juntos pela Educação"

Pais e professores protestam pela abertura de escolas públicas e privadas em BH

Manifestação aconteceu na porta da Escola Municipal Marconi para mobilizar autoridades e comunidade escolar sobre volta às aulas, com atenção especial à rede pública

Por Rômulo Almeida
Publicado em 19 de abril de 2021 | 13:54
 
 
 
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Professores e pais de alunos protestaram pela reabertura das escolas em Belo Horizonte, em ato simbólico na porta da Escola Municipal Marconi, no bairro Gutierrez, região Oeste da capital, na manhã desta segunda-feira (19). O grupo colocou carteiras escolares na calçada e decoroua fachada da unidade com balões pretos e fitas brancas.

Na avenida do Contorno, em frente à escola, houve buzinaço e entrega de panfletos sobre os motivos do protesto. O grupo também colou adesivos nos carros de pais participantes do protesto.

O movimento Juntos pela Educação pede o reconhecimento da educação como atividade essencial e a reabertura das escolas públicas e privadas. Sobre o protesto, a Prefeitura de Belo Horizonte disse que todas as respostas serão dadas em coletiva de imprensa a partir das 14h desta segunda-feira. Na ocasião, deve ser anunciada uma data para o início da volta às aulas no município.

Participante do movimento, Paula Mourão, 42, tem filhos na educação infantil da rede privada de BH. Ela explica que o ato de hoje tem o objetivo de chamar a atenção de autoridades para a necessidade de retorno às aulas tanto na rede particular quanto na pública. 

"A gente protesta pelo retorno seguro, em prol da saúde, do crescimento, do desenvolvimento dos nossos filhos. A rede particular está preparadíssima. Só precisa do alvará de funcionamento, a ser liberado pelo prefeito. E a gente percebe que as escolas públicas não tiveram nenhum tipo de preparo ou investimento, para que o protocolo seja seguido. Então, agora, o movimento está com a adesão de mães das escolas públicas das comunidades", declara Paula.

Paula disse que na tarde desta segunda-feira o movimento vai até a Defensoria Pública de Minas Gerais para apresentar o pedido de reabertura das escolas. "A gente já foi bem recebido pelo Ministério Público, e hoje vamos ser recebidos pelo chefe da Defensoria Pública, às 14h, porque a defensoria é a maior guardiã do direito dos pais e mães dos alunos da escola pública. O movimento hoje é pela conscientização das autoridades sobre as escolas públicas, porque criança é criança, independentemente se está na rede pública ou particular", diz. 

Ela, que tem filhos de 8, 9 e 10 anos na rede privada, entende que o ensino remoto dificulta no aprendizado do conteúdo, apesar do esforço dos professores e da escola. "A gente vê que as crianças não são mais as mesmas. A absorção não é mais a mesma. As crianças estão tendo acesso muito pelo eletrônico. Gostaríamos que o ensino fosse feito de forma mais pedagógica, mais lúdica. A aula é muito bem feita, mas nem sempre tem a absorção", explica. 

Pais da educação pública.

Coordenador do movimento Pais pela Educação Pública, Rodrigo Marçal, 44, acredita que o município tem condições para retornar ao ensino presencial e diz que as aulas remotas acontecem de maneira precária. 

"O governo municipal começou com isso no começo de setembro para passar os meninos do nono ano. E nós não temos uma cultura digital nas escola, então foi uma coisa bem improvisada, e eu enxergo como descaso por parte do município", diz Rodrigo, que tem dois filhos que estudaram na rede municipal no ano passado e, neste ano, começaram os estudos na rede estadual. 

Rodrigo conta que a rotina do ensino remoto neste ano de pandemia não foi fácil. "Minha esposa assumiu o papel de professora sem ter formação para isso. Os professores estavam muito empenhados, além do que a prefeitura estava fazendo, porque a prefeitura não fez quase nada". 

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