Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, a Festa de Preto Velho tomou a Praça 13 de Maio na noite deste sábado (13), promovendo um grande encontro entre integrantes de centros de umbanda da capital e os moradores da região Nordeste. Centenas de pessoas se reuniram para cantar, dançar, comer e reverenciar os Pretos Velhos e as Pretas Velhas, entidades fundamentais da religião de matriz africana.
A Praça 13 de Maio foi inaugurada em 1981, no limite entre os bairros da Graça e Nova Floresta, num momento em que a região tinha poucos imóveis. Com o passar do tempo, os quarteirões do entorno foram dando lugar a edifícios, mas a praça não perdeu sua proposta original - ser um espaço para acolher os festejos de louvação dos terreiros de Belo Horizonte. A data que dá nome ao espaço é uma clara homenagem à Abolição da Escravatura, oficializada no dia 13 de maio de 1888.
A abertura da festa se deu com uma roda de capoeira, bem ao lado de uma estátua de Preto Velho, feita em 1983, por José Synfronini. Em seguida, os centros de umbanda se reuniram no local para realizar um ritual conjunto, com músicas, danças e ações de purificação. É possível ver que, no público presente, há umbandistas e pessoas que parecem estar tendo o primeiro contato com a religião.
Na tradicional festa dos Pretos Velhos, realizada na Praça 13 de Maio, terreiros de umbanda se reuniram para um ritual único, com músicas, defumação, pétalas de flores e outros símbolos religiosos.
— O Tempo (@otempo) May 13, 2023
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Tudo evocou não apenas a religião, mas também a história do povo negro a importância de se lutar contra o racismo e contra a intolerância religiosa. Faixas colocadas proximamente à estátua diziam: "Bem-vindo à noite da libertação 2023", "Não calarão nossos tambores" e "Tolerância não, exigimos respeito".
Terminado o ritual conjunto, cada terreiro promove uma roda em algum ponto do entorno da Praça 13 de Maio. Mais de uma dezena de rodas acontecem simultaneamente, com rituais de música, dança e incorporação das entidades. O mais interessante é que cada grupo faz um ritual à sua maneira. Quem circula pela praça encontra dinâmicas religiosas diferentes.