A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) aguardará até a próxima quarta-feira (5) para decidir os rumos da flexibilização das atividades na capital. Com aproximação do Dia das Mães, comemorado no domingo (9), bares e restaurantes pressionam pela extensão do horário de funcionamento dos estabelecimentos e permissão para abrir as portas na data comemorativa, porém a decisão deve permanecer incerta nos próximos dias.
De acordo com o infectologista Estévão Urbano, um dos membros do comitê de enfrentamento à pandemia, ainda é cedo para entender se a aparente estabilização da ocupação de leitos e da taxa de transmissão (RT) na cidade significa um platô, e os resultados da próxima semana ainda precisarão ser avaliados.
Já o infectologista Unaí Tupinambás, também membro do comitê, avalia que a chance de uma nova abertura da cidade ocorrer parece remota, em um cenário no qual o RT voltou ao nível amarelo. “Saímos de um quadro de colapso da saúde para uma crise administrável. Comércio e restaurantes estão abertos. Estamos, inclusive, com receio de que, a partir da semana que vem, possa aumentar a transmissão”, diz.
Por meio de nota, a prefeitura informou que “caso a queda nas taxas de ocupação de leitos exclusivos para a Covid-19 se mantenha, o município estudará avanços no processo de reabertura, com a inclusão de atividades ainda não contempladas”.
Com permissão para abrir de 11h às 16h entre segunda e sábado, bares e restaurantes lamentam a proibição de abertura aos domingos, mas sem grande esperança de que o cenário se reverta até o Dia das Mães, segundo o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), Matheus Daniel. “A data é fundamental para os restaurantes. O ideal seriam comemorações seguindo os protocolos, com quatro pessoas por mesa e sem receber grandes famílias”, diz.
Ele justifica que encontros na casa das famílias, longe do olhar da fiscalização, poderiam ser mais perigosos do que os encontros nos restaurantes. O infectologista Estévão Urbano pontua que a observação é “teoricamente plausível, mas se torna muito simplista na prática”. “Nem sempre todos os bares serão capazes de ter o mesmo nível de vigilância”, completa.
A Abrasel encaminhou um ofício ao secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, André Reis, solicitando permissão para operar até as 22h caso a ocupação de leitos de UTI esteja abaixo de 80%, a de enfermaria, menor que 70% e o RT, abaixo de um. A ocupação dos leitos é inferior a esses parâmetros, atualmente, contudo o RT registrado pela prefeitura atualmente é 1,01.
O Sindicato do Comércio Lojista de Belo Horizonte (Sindilojas BH) apoia a abertura de bares e restaurantes até a noite e no Dia das Mães, mas não reinvindica novas flexibilizações para o comércio varejista, que pode abrir de segunda a sábado, das 9h às 20h. Por ora, a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) informa que também não apresentou novos pedidos à prefeitura.