Atenção!

Pelo menos sete pessoas morreram afogadas em dois dias deste feriado em Minas

Registros aconteceram em diversas cidades da região metropolitana e do interior do Estado; entre as vítimas estão cinco homens, uma mulher e um menino de apenas 4 anos

Por José Vítor Camilo
Publicado em 13 de outubro de 2023 | 22:35
 
 
 
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Pelo menos sete pessoas morreram afogadas em cidades de Minas Gerais entre a quinta-feira (12 de outubro) e esta sexta-feira (13), durante o feriado de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Entre as vítimas estão cinco homens com idades entre 22 e 61 anos, uma mulher de 20 e um garoto de apenas 4 anos, tendo como palco rios, lagoas, cachoeiras e, até mesmo, uma piscina de um sítio onde acontecia uma festa de família

A primeira morte foi registrada por volta das 12h de quinta, quando o Corpo de Bombeiros foi acionado até a chamada Cachoeira das Irmãs, localizada em Araguari, no Triângulo Mineiro. Lá, testemunhas contaram que um grupo de amigos estava reunido no local quando uma das mulheres, uma moradora de Catalão (GO) de 20 anos, resolveu entrar na água e acabou se afogando. 

Alguns dos amigos que estavam com a jovem chegaram a tentar salvá-la, porém, ela acabou desaparecendo nas águas. O corpo da mulher foi localizado pelos militares algum tempo depois, a cerca de 3,5 metros de profundidade. 

No mesmo horário, desta vez em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, um homem não identificado entrava na lagoa Várzea das Flores e desaparecia em seguida. O corpo da vítima foi recuperado pelos bombeiros a cerca de 3 metros de profundidade.

Já por volta das 14h30 de quinta, o Corpo de Bombeiros voltou a ser acionado até o rio Pará, em Leandro Ferreira, cidade da região Centro-Oeste do Estado. No local, um homem de 34 anos curtia na beira do rio junto de amigos quando acabou se afogando e desapareceu. Seu corpo foi localizado a cerca de 1 km do local em que ele sumiu. 

Ainda na tarde de quinta, um rapaz de 22 anos desapareceu em Cristais, cidade do Sul de Minas, enquanto nadava a cerca de 30 metros de distância da margem na represa de Furnas. Apesar dos esforços dos militares do Corpo de Bombeiros, a vítima só foi localizada nesta sexta a cerca de 4 metros de profundidade. 

A corporação ainda foi acionada no fim da noite de quinta até Patrocínio, no Alto Paranaíba, onde uma embarcação virou na represa de Nova Ponte e um homem que não teve a idade divulgada desapareceu. Novas buscas aconteceram nesta sexta-feira, mas a vítima ainda não havia sido encontrada. 

Os bombeiros voltaram a ser acionados na manhã desta sexta até o rio da Prata na cidade de Presidente Olegário, também no alto Paranaíba, onde um pescador de 61 anos submergiu em um poço formado pela draga de extração de areia e, em seguida, não foi mais visto pelo amigo. A vítima foi achada a cerca de 5 metros de profundidade. 

Já no fim da tarde desta sexta, uma festa de família terminou em tragédia depois que um garotinho de 4 anos caiu dentro da piscina e morreu afogado. O incidente ocorreu em um sítio localizado dentro de um condomínio de Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, após a criança ficar submersa por cerca de 15 a 20 minutos. 

Homens são principais vítimas

A máxima dos memes que falam sobre o porquê de homens morrerem mais cedo não é uma simples piada, mas uma realidade de acordo com o Corpo de Bombeiros. O sargento Alan Azevedo explica que o risco de um homem se afogar chega a ser três a quatro vezes maior do que o de uma mulher se envolver nesse tipo de acidente. Os dados deste feriado confirmam a afirmação, já que, das sete vítimas fatais, seis eram homens e apenas uma mulher. 

"Eles (homens) têm um perfil mais exibicionista. Muitas vezes fazem consumo excessivo de bebidas alcoólicas e, quando está ali, brincando com amigos ou familiares, resolve, por exemplo, atravessar o rio ou a lagoa a nado e acaba sendo surpreendido por algum acidente, uma cãibra, ou fica preso em uma linha de pesca ou galho de árvore, e se afoga", detalha o militar. 

Segundo o bombeiro, outra atitude arriscada praticada em rios e cachoeiras é o ato de pular de pedras na água. "Essa brincadeira nunca é indicada. As pedras são escorregadias, então a pessoa pode cair e bater a cabeça antes mesmo de chegar na água. Mas, além disso, ela pode pular achando que a profundidade é maior, ou sem ver que existe uma pedra ali, e se ferir, ficar desacordado e se afogar. As pessoas nunca devem pular", alerta. 

Veja outras dicas para evitar afogamentos e como agir caso alguém esteja se afogando: 

  • Se você não sabe nadar, só entre até a água atingir os seus joelhos
  • Se for nadar em um lugar até então desconhecido, sempre pergunte para outras pessoas sobre a profundidade e outros riscos antes de entrar na água
  • Verifique a existência de "valas" que aumentam a profundidade do local de forma repentina
  • Evite nadar após consumir bebidas alcoólicas
  • Nunca salte de pedras ou pontes
  • Esteja sempre atento às crianças brincando na água, levando-a junto de você caso precise sair do local mesmo que rapidamente
  • Sempre proteja as laterais de piscinas onde existem crianças 
  • No caso de crianças pequenas, um afogamento pode acontecer em um espelho d'água de apenas 2 cm de profundidade. Por isso, nunca deixe bacias, baldes, banheiras, piscinas infantis com água onde existir um pequeno. Lembre-se, também, de abaixar a tampa do vaso
  • Caso você presencie um afogamento, nunca entre na água para tentar salvá-la, mesmo que seja um nadador experiente. Primeiramente peça que as pessoas próximas acionem o socorro. Em seguida, procure uma corda, ou emende roupas ou toalhas, para tentar jogar para a pessoa. Uma simples garrafa PET, tampada com ar dentro, ou um pneu estepe de um carro pode ser jogado para que a pessoa afogada se segure. 

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