Sétima testemunha a ser ouvida nesta quarta-feira (25), o irmão de uma das vítimas da Backer, que não teve o nome divulgado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, falou sobre as sequelas vividas pelo parente após consumir a cerveja Belorizontina, em 2019. O produto estava contaminado com dietilenoglicol.
No depoimento, a testemunha contou que o homem, após ingerir a bebida, começou a apresentar dor lombar e que o quadro foi só piorando. A vítima chegou a precisar de hemodiálise, foi encaminhado para o CTI e teve necrose no intestino, perdendo 90 cm do órgão. Ainda segundo relato, o homem perdeu 37 kg, 60% da visão, e os olhos já não fecham. A testemunha ainda afirmou que o irmão anda devagar e não tem vida profissional.
O depoimento desta quarta-feira se soma a outros, ouvidos desde a última segunda (23), que relatam a vida de parentes e pessoas que ingeriram a cerveja contaminada.
O julgamento do caso segue até o fim da semana. As expectativas são de ouvir 28 pessoas, presencialmente e por videoconferência. Ainda não há data definida para os depoimentos da defesa e dos acusados.
Relembre o caso
O caso envolvendo a Backer começou a ser investigado em 5 de janeiro de 2020, poucos dias após as primeiras vítimas passarem mal depois de ingerir a cerveja Belorizontina. As investigações confirmaram que as substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol atingiram litros de cerveja ainda em processo de fermentação.
Segundo a investigação, vazamentos em equipamentos e o uso de substâncias tóxicas que não deveriam ser empregadas causaram a contaminação de diversos lotes de diferentes tipos de cerveja produzidos pela empresa.