O governador Fernando Pimentel fez hoje uma analogia entre a perseguição dos investigados em esquemas de corrupção e os dois líderes homenageados, Tiradentes e Nelson Mandela, em seu discurso na cerimônia de entrega da Medalha da Inconfidência, em Ouro Preto.
O petista, investigado nas operações Acronônimo e Lava Jato, disse que ambos os líderes foram vítimas de perseguições políticas respaldadas por processos parciais, “onde a violência e o desrespeito se ocultam através de ações espetaculosas nas quais as intenções de justiçamento e não Justiça ficam cada dia mais evidentes”, comparou.
O discurso de Pimentel veio a calhar um dia após o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, em depoimento ao juiz Sergio Moro, confirmar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o dono do tríplex no Guarujá, imóvel supostamente dado a Lula como propina.
“Tiradentes foi protagonista involuntário de um espetáculo e não de um processo justo. Foi protagonista da busca ardilosa de uma expiação calculada, feita mais para encobrir que para revelar, feita mais para distrair a razão do que para iluminá-la, feita, enfim, para condenar previamente e não buscar a verdade”, discursou Pimentel.
Este ano, o Grande Colar, mais alta honraria entregue na cerimônia, foi concedida (in memorian) ao ex-presidente da África do Sul. Pimentel citou a luta de Mandela pela igualdade e Justiça e os 27 anos de prisão do líder sul-africano. “Um exemplo de firmeza e cautela, altivez e resistência, Mandela soube forjar com serenidade e determinação, repleto de sentimentos de Justiça uma estratégia única na história do nosso tempo, a fim de vencer as mais infames barreiras erguidas contra sua nação”, afirmou.