ALERTA

Pipas prejudicaram rede elétrica de 270 mil imóveis de MG só até junho de 2023

Somente na Grande BH, a brincadeira gerou cerca de 500 ocorrências de falta de energia e 164 mil imóveis ficaram sem luz

Por Isabela Abalen
Publicado em 06 de julho de 2023 | 10:21
 
 
 
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O inverno, marcado pelo clima seco e ventos fortes, é considerado propício para empinar pipas. Mas, a brincadeira pode causar prejuízos e acidentes graves caso aconteça perto da rede elétrica. De janeiro até junho deste ano, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou aproximadamente 960 ocorrências com a rede elétrica causadas por pipas, que prejudicaram cerca de 276 mil clientes em todo o Estado.

Apenas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a brincadeira gerou cerca de 500 ocorrências de falta de energia, deixando aproximadamente 164 mil unidades consumidoras sem luz. Para o gerente de Segurança do Trabalho da Cemig, Lauro Fernando Ribeiro, o ambiente urbano não é adequado para a atividade de soltar pipas.

De acordo com o especialista, a atividade deve ser praticada em áreas abertas, distantes da rede de distribuição da companhia e nunca com a utilização de cerol ou qualquer linha cortante. “Hoje em dia, com a grande quantidade de redes de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas nesses locais ficou inviável. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13,8 mil volts. Por isso, é fundamental que os pais orientem seus filhos para evitar acidentes que podem até matar”, explica.

 

 

O gerente alerta que nunca se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica, pois o risco de acidentes é grande. "As redes de distribuição e transmissão, bem como as subestações da Cemig, são construídas dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. A aproximação indevida para retirar pipas presas à rede e o uso de cerol e linha chilena são os principais motivos de acidentes com a rede elétrica da companhia", alerta. 

 

Lei proíbe uso de linhas cortantes 

A Lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena em Minas Gerais. A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 3.590 a R$ 179 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais são notificados da autuação e o caso é comunicado ao Conselho Tutelar.

O especialista alerta para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de pipa em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios. “São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando o choque elétrico”, afirma o gerente da Cemig.

As linhas cortantes também causam perigo a outras pessoas. “Quando alguém utiliza uma linha cortante, pode cortar cabos de energia e causar acidentes graves para quem está brincando ou para outras pessoas. Além disso, o uso do cerol ou linhas cortantes em áreas urbanas pode cortar partes do corpo de motociclistas, ciclistas e pedestres, além das mãos de quem os utiliza”, orienta.

(com Agência Minas) 

 

 

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