Queixas

PM minimiza violência no bairro

Redação O Tempo

Por KARINA ALVES
Publicado em 24 de maio de 2012 | 21:05
 
 
 
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O assassinato da universitária Bárbara Quaresma Andrade Neves, 22, expôs, mais uma vez, a fragilidade da segurança pública no bairro Cidade Nova e vizinhança. Em janeiro, a reportagem de O TEMPO esteve na região e ouviu reclamações de comerciantes, que denunciaram um "arrastão" em várias lojas, na madrugada do dia 15, num domingo.

Na época, tanto a Polícia Militar quanto a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) afirmaram que não tinham dados sobre a violência no local, o que, para especialistas, prejudicava a elaboração de políticas públicas. Ontem, porém, a PM apresentou informações sobre roubo de carros e assassinatos. Segundo o comandante de policiamento da capital, coronel Rogério Andrade, foram registrados dez casos de furto de veículos entre janeiro e maio deste ano, metade em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda segundo ele, a morte de Bárbara foi a primeira registrada na Cidade Nova neste ano.

"Há dois meses, assaltaram meu vizinho e levaram o carro dele aqui na porta do prédio. A gente costumava ter sossego na Cidade Nova. Agora, não tem mais condições", afirmou Ricardo Neves, pai do namorado de Bárbara Neves. Segundo ele, um policial à paisana foi morto na rua dele há cerca de seis meses.

O empresário Fernando Ventura, dono de uma imobiliária no bairro, fez um desabafo emocionado. "A polícia tem que tomar vergonha na cara. Outro dia, minha funcionária foi espancada por um ladrão quando saía do trabalho, tudo porque não tinha dinheiro para dar a ele. É um absurdo, é o fim do mundo. Tenho um filho de 15 anos e não tenho segurança em deixá-lo sair sozinho".

Justiça falha. Quanto ao policiamento na região, o tenente-coronel Robson Queiroz, comandante do 16º batalhão, defendeu-se, dizendo que as rondas no bairro são feitas durante todo dia, com apoio da Rotam, e que não há problema quanto ao trabalho preventivo. "Nós prendemos as pessoas. O problema é que elas voltam para a rua no dia seguinte. Recentemente, apreendemos um jovem com uma arma. Ele tinha pelo menos outras 13 passagens pela polícia".

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