Polícia prende outros três envolvidos em desvio na Santa Casa de Araxá

Outras três pessoas foram presas temporariamente na manhã desta segunda-feira (17), durante a operação "Desconfiança", que é a terceira fase da investigação que apura desvios de recursos da Santa Casa de Araxá, no Alto Paranaíba.

Foram presos José Aureliano Santos Coimbra, assessor parlamentar do presidente afastado da Câmara Municipal, Miguel Júnior (PMDB), que também foi preso durante os levantamentos, e duas mulheres. No total, 11 pessoas já foram detidas por envolvimento no esquema.

De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Civil (PC) de Araxá, o trio preso nesta terceira fase utilizavam de suas contas correntes para descontar cheques da Santa Casa, "lavar" os valores provenientes dos desvios e os repassarem, mediante contraprestação, ao ex-gerente administrativo do hospital, Adair Silva (que chegou a ser preso na primeira fase da operação), e ao presidente da Câmara Municipal.

Além de Silva, ainda foram presos na primeira fase da investigação, no dia 6 de agosto deste ano, o ex-secretário municipal de Saúde, Adalberto Pedrosa, e o empresário da empresa A a Z, Alexandre Anselmo. Já na segunda fase, que aconteceu na última terça-feira (11) e foi denominada "Oxigênio", foram detidos, além do presidente da Câmara, os vereadores Sargento Amilton (PT do B), e José Gaspar Ferreira, o Pezão (PMDB).

Também foi preso o ex-prefeito da cidade e atual provedor da Santa Casa, Kleber Pereira Valeriano e o tesoureiro da instituição, Antônio Nogueira de Andrade. Ainda conforme a PC, neste sábado (15) a Justiça de Araxá acatou ao pedido da corporação para prorrogar por mais cinco dias as prisões temporárias dos três vereadores detidos. O motivo para a prorrogação seria as suspeitas de envolvimento dos parlamentares no esquema criminoso.

Segundo a polícia, ainda foi decretado o afastamento de mais um funcionário público do cargo que ocupava na Câmara Municipal e do provedor e tesoureiro da Santa Casa.

O esquema

As investigações da Delegacia Regional de Araxá tiveram início há aproximadamente três meses. Durante os levantamentos, foi constatado o desvio de verbas destinadas à Santa Casa de Misericórdia que ultrapassam aos R$ 262 mil.

Ainda segundo a PC, nas três fases da operação já foi possível realizar o sequestro de um terrenho avaliado em R$ 130 mil e de um veículo no valor de R$ 50 mil, que serão utilizados para indenizar a Santa Casa. Houve também a recuperação de equipamentos em valor aproximado de R$ 200 mil, adquiridos pelos investigados com o objetivo de encobrir o desvio de recursos.

A operação é coordenada pelo delegado regional, Cézar Colombari, mas é presidida pelo delegado Christiano Dib e é acompanhada também por outros delegados, devido à proporção da investigação. Em maio, um dos presos na segunda fase da investigação, o vereador Sargento Amilton, apresentou uma proposta para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para verificar a aplicação dos recursos públicos destinados à Santa Casa de Araxá.