TEMPO SECO

Por dia, 48 pacientes são internados por doenças respiratórias em BH

Solicitações de internações por doenças respiratórias atingiu a maior taxa do ano no mês de julho

Por Isabela Abalen
Publicado em 09 de agosto de 2023 | 16:24
 
 
 
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A cada hora, dois pacientes são internados por doenças respiratórias na rede SUS de Belo Horizonte. Nesse ritmo, por dia, tem-se 48 internações por pneumonia, influenza, covid e outras complicações do tipo. No mês de julho, inclusive, foi registrado o maior número de demanda de internações por problemas respiratórios do ano (1.508) — superando em 59% as solicitações de janeiro (950). A alta da demanda compete pelas vagas de leitos na rede SUS-BH, já sobrecarregadas pelo aumento de doenças graves e pela fila de cirurgias eletivas. 

Só para se ter uma ideia, no Hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova, 14 pacientes estão internados com sintomas respiratórios nesta quarta-feira (9 de agosto), de acordo com apuração do Núcleo de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (NUVEH). O número é comparável às internações por covid-19 no Risoleta no período de alta da pandemia. No boletim epidemiológico da instituição do dia 16 de agosto de 2021, por exemplo, eram exatamente 14 pacientes internados com a doença. 

Outro hospital porta-aberta, isto é, quando o atendimento de urgência e emergência funciona de forma ininterrupta, o Hospital Metropolitano Odilon Behrens, na região Noroeste, precisou reduzir, neste mês, a oferta de cirurgias eletivas para priorizar os leitos de internação aos pacientes mais graves, independentemente da doença. “Foi preciso fazer algumas reavaliações de serviço para diminuir a sobrecarga no Odilon Behrens”, afirma o gerente de regulação do acesso hospitalar da prefeitura, André Menezes.

Doenças sazonais 

De acordo com o gestor, o aumento das internações por problemas respiratórios já era esperado nessa época do ano. “É o esperado pela Saúde (secretaria) devido a sazonalidade das doenças que atingem o aparelho respiratório. Entre maio e julho, todos os anos, acompanhamos a alta de complicações de doenças causadas por vírus que infectam as vias aéreas, como pneumonia, influenza e covid-19”, detalha. É por esse motivo que a vacinação contra a gripe, por exemplo, acontece estrategicamente de abril a julho. “A mudança de temperatura é um dos fatores que favorece a circulação desses vírus”,  continua. 

Menezes ressalta que, desde abril de 2022, a rede SUS-BH deixou de reservar leitos exclusivos para pacientes de doenças respiratórias. Por isso, os pacientes são internados em leitos clínicos gerais, junto às outras doenças. O remanejamento, de acordo com o gestor, não impactou na qualidade ou rapidez do atendimento. 

“Nós fazemos um acompanhamento específico de doenças respiratórias, até para evitar novas pandemias. O aumento de internações até julho deste ano era esperado e está sendo controlado”, afirma. A título de comparação, em julho do ano passado, foram 1.392 internações por doenças respiratórias, enquanto, este ano, foram 1.508 – um crescimento de 8%. 

Solicitações de internação por doenças respiratórias na rede SUS-BH em 2023

  • janeiro - 950 
  • fevereiro - 1067 
  • março - 1500
  • abril - 1225 
  • maio - 1462 
  • junho - 1356
  • julho - 1508

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