A possível transferência dos voos do aeroporto Carlos Prates para o aeroporto da Pampulha já causa debates entre os moradores da região. O debate entre os moradores começou na manhã desta terça-feira (14), após o anúncio da desativação do aeródromo da região Noroeste, a partir do dia 1º de abril. No último sábado (11), um médico morreu, e a filha dele acabou ferida depois da queda de uma aeronave, no bairro Jardim Montanhês. 

Moradora do bairro Jaraguá, a tatuadora Caroline França, de 29 anos, teme pelo aumento do fluxo de aeronaves menores na região. “Moro praticamente ao lado do aeroporto. Não gosto quando as aeronaves menores ficam sobrevoando por aqui. Elas voam muito baixo”, afirma.

“Se transferirem os voos do Carlos Prates para cá, o meu medo vai aumentar. Não sei porque os aviões que pousam lá caem tanto. Não quero aquelas aeronaves por aqui”, complementou temerosa. 

O analista de infraestrutura Eric Garcia, de 35 anos, mora no bairro Universitário. A opinião dele sobre o assunto é diferente da tatuadora Caroline. Segundo Garcia, o aeroporto da Pampulha tem "total condições de abrigar a possível transferência de voos". 

Enquanto isso, o morador do bairro Liberdade, o também tatuador Carlos Arthur, de 28 anos, tem suas dúvidas. “Não sei se essas aeronaves do Carlos Prates são devidamente fiscalizadas e, também, não tem como a gente saber. Aí o medo vem”, pontuou.

Fuad anunciou nas redes

O prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman (PSD) usou as redes sociais, na manhã desta terça-feira (14), para anunciar que o Aeroporto Carlos Prates será desativado a partir do próximo dia 1º de abril. O chefe do Executivo da capital foi até Brasília para discutir o assunto com o governo federal. 

"Através do diálogo com o Governo Federal conseguimos fazer com que o Aeroporto Carlos Prates seja desativado no dia 1° de abril. Daremos um basta nos acidentes no local", publicou Fuad, que agradeceu aos ministros Alexandre Padilha, Alexandre Silveira, Márcio França e ao vice-presidente Geraldo Alckmin. No vídeo, o prefeito afirmou que a PBH ficará com o espaço para "construir um programa amplo de moradias populares, para indústrias não poluentes, logística, um grande parque, escolas, Upas e comércio", disse.

 

"Uma área muito importante (...). (É) um grande passo para BH resolver problemas de moradia e levar paz e tranquilidade para região do Carlos Prates para evitar os acidentes trágicos", afirmou. Por meio de nota, o Ministério de Portos e Aeroportos informou que, "após avaliar a situação do aeroporto Carlos Prates, a pasta confirma a suspensão de pousos e decolagens no aeródromo público, a partir do próximo dia 1º de abril".

"A proibição está prevista na portaria nº 10.074/SIA, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A área do aeroporto será repassada à prefeitura da capital mineira, que apresentou um projeto de construção de habitações, casas populares e de um parque municipal no local", completa o comunicado.

Apesar de ser vendida como uma data nova e como a antecipação de resolução da insegurança na região, a data para o fim das atividades no aeródromo já estava prevista desde o final do ano passado. A portaria 10.074 estipulou o primeiro dia de abril deste ano como fim das atividades após adiar a suspensão dos voos prevista, inicialmente, em 1º de janeiro do ano passado.