Prefeitura abre 3 unidades de saúde para atender pacientes de dengue em BH

A prefeitura de Belo Horizonte anunciou nesta quinta-feira (25) que irá criar três Centros de Atendimento à Dengue (CAD’s) na capital para conter o caos epidemiológico da doença. Serão três estruturas montadas no Barreiro, em Venda Nova e na região Nordeste da capital. Nesta sexta-feira (26), o primeiro deles deve ser inaugurado dentro do complexo hospitalar do Barreiro, próximo à UPA e ao hospital. Durante coletiva de imprensa, o prefeito Alexandre Kalil afirmou que situação de defasagem nos atendimentos vem da falta de repasses do governo Estadual para a prefeitura e para a região metropolitana.

Os CADs irão funcionar das 7h às 18h. As unidades estão: no Barreiro, no segundo andar da UPA Venda Nova e na UPA Nordeste. A porta de entrada é aberta, ou seja, não depende de nenhum encaminhamento ou triagem. Em caso de suspeita de dengue, o paciente que procurar esses locais será atendido diretamente. Não há data para a abertura dos outros dois CADs, que serão instalados dentro das UPAs, porque a prefeitura ainda precisa preencher 80 vagas para médicos e enfermeiros, que já estão abertas. 

Combate

A Secretaria de Saúde também informou que no próximo dia 4 será implantado o laboratório que irá manipular mosquitos aedes aegypti transgêneros. O intuito é lançar os mosquitos geneticamente alterados para conter a população do mosquito no município.

De acordo com Kalil, os atendimentos em Belo Horizonte estão cada vez maiores porque pacientes de outros municípios vêm para a cidade devido a defasagem do atendimento na região metropolitana.

“Eu fiquei muito chateado porque passar uma manhã escutando porrada de quem está tratando o Estado é muito ruim. Eu não sou governador, eu sou o prefeito de Belo Horizonte. Morreram duas pessoas em Belo Horizonte. Uma delas é residente de Ibirité. O governo deve, na saúde, para a região metropolitana de Belo Horizonte, R$ 1 bilhão. O novo governo deve R$ 240 milhões. E quem está sendo tratado como vilão não é quem deu o tiro no coração do cara, não. É quem está tentando tirar a bala”, afirmou.

Atrasos

Segundo a PBH, já chega a R$ 524 milhões a dívida do Estado com Belo Horizonte. Desses, R$ 139 milhões não foram repassados pelo governo Zema, e R$ 385 milhões não foram repassados por governos anteriores. Ao todo, a região metropolitana precisa receber R$ 673 milhões de governos anteriores, mais outros R$ 240 milhões do governo Zema. 

O secretário de Saúde Jackson Machado disse que a epidemia em BH é menor que o esperado. “O que nós não contávamos era que os municípios da região metropolitana sofressem tanto com a falta de repasse e que isso resultaria em um afluxo maior de pessoas no nosso serviço em Belo Horizonte”, afirmou.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que já efetuou, em 2019, o pagamento de R$ 245.120.589,62 ao Fundo Municipal de Saúde de Belo Horizonte e que firmou um acordo com a Associação Mineira de Municípios, que possibilitará o pagamento de R$ 7 bilhões às prefeituras mineiras. “Vale lembrar que a atual gestão herdou uma dívida de R$ 34,5 bilhões. O saldo negativo tem reflexos no dia a dia do cidadão. A atual gestão segue se empenhando para sanar tais deficiências, sobretudo na área da saúde, e garantir a continuidade dos serviços prestados aos beneficiários, por parte de todos os credenciados”, disse.

Reforço

A Prefeitura de Belo Horizonte também informou que, no próximo sábado, sete centros de saúde estarão abertos para receber a população em diferentes regiões da capital, reforçando o atendimento aos casos de dengue. Confira a lista:

Centro de Saúde Tirol, no Barreiro
Centro de Saúde Vila imperial, na região Oeste
Centro de Saúde São Bernardo na região Norte
Centro de Saúde São Paulo, na região Nordeste
Centro de Saúde Carlos Prates, na região Noroeste
Centro de Saúde Santa Terezinha, na região da Pampulha
Centro de Saúde Andradas, em Venda Nova