A prefeitura de Belo Horizonte e a mineradora Vale firmaram uma parceria nesta quinta-feira (23) para ampliação da estrutura do Jardim Botânico da cidade, localizado dentro do zoológico e que abriga mais de 1600 espécies de plantas de todos os biomas brasileiros.
O investimento de cerca de R$ 1 milhão é válido por três anos e prevê a construção de novas estufas e uma parceria para pesquisa dos campos rupestres - ecossistema que integra o cerrado e é característico das montanhas que cercam a região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica, Sergio Augusto Domingues, o acordo abrange tanto o investimento na estrutura quanto uma parceria científica com a própria Vale, que já promove estudos avançados sobre os campos rupestres.
“Esse acordo tem como objetivo principal a valorização do acervo do herbário e do banco de sementes dos campos rupestres, que é um sistema extremamente frágil e cujo conhecimento científico ainda é incipiente”, destaca.
Hoje, o Jardim Botânico possui cinco estufas 1600 espécies de todos os biomas brasileiros, incluindo cerca de 320 espécies do campo rupestre. Uma das espécies mais conhecidas cultivadas no jardim é a Canela de Ema - um arbusto que pode medir entre 10 cm a 7 metros de altura.
A partir desse investimento, a capacidade de armazenamento vai dobrar em um ambiente mais adaptado e moderno para o cultivo e o estudo das plantas.
Ao contrário dos últimos repasses feitos pela Vale como forma de compensar os danos ao meio ambiente causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho, em 2019, essa parceria com a prefeitura é voluntária, como explica a gerente de licenciamento ambiental da mineradora, Isabel Roquete.
“Esse não é um convênio para compensações, mas sim uma parceria para busca de conhecimento e a identificação de espécies do campo rupestre e que surgiu a partir de uma discussão técnica com a Fundação Zoobotânica e a Vale, que já desenvolve pesquisas sobre o tema desde 2014”, explica.
O projeto da PBH e a Vale será executado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa da UFMG (Fundep), que terá o papel de acompanhar a ampliação das obras no Jardim Botânico.
“A gente vai fazer a execução desse projeto ao longo destes três anos, avaliando a execução e a prestação de contas do que for feito, como a aquisição de três estufas para ampliação da capacidade de armazenamento de espécies no Jardim Botânico”, diz a analista de projetos Laura Barreto.