Ministério da Agricultura

Produtos tóxicos da Backer não foram encontrados em outras cervejarias do Brasil

Entre as marcas fiscalizadas, estão: Albanos, Walls, Amstel, Petra, Itaipava, Corona, Skol e Brahma

Por Gabriel Moraes
Publicado em 05 de agosto de 2020 | 20:22
 
 
 
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As substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol, encontradas em milhares de litros de cervejas da Backer e responsáveis pela intoxicação de pelo menos 29 pessoas, sendo 10 mortas, não foram encontradas em bebidas de outras cervejarias espalhadas pelo Brasil. É o que afirma o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que concluiu um relatório sobre o caso.

Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta quarta-feira (5), o coordenador-geral de Vinhos e Bebidas do Mapa, Carlos Muller, disse que a população pode ficar despreocupada com relação ao risco de contaminação semelhante à da Backer, se tratando se cervejarias artesanais e industriais registradas na pasta.

Mapa tirou quase 85 mil litros de cerveja contaminada da Backer do mercado

"Desconstruímos o discurso de que outras cervejarias estariam contaminadas com a presença de glicois. Foram analisadas cervejas de várias marcas brasileiras, de vários perfis de produção, sejam industriais ou artesanais, e não foi encontrada a presença de glicol em nenhuma delas", disse. Entre as marcas fiscalizadas, estão: Albanos, Walls, Baden Baden, Amstel, Petra, Itaipava, Devassa, Corona, Skol, Brahma, entre dezenas de outras empresas.

Ainda conforme Muller, ficou descartada a possibilidade de os produtos tóxicos terem surgido "sozinhos" durante o processo de fabricação. "Descontruímos o discurso de possibilidade de formação de glicois por parte da levedura cervejeira, o que é afastado veementemente pela pesquisa. Não há possibilidade de as condições em que estudamos da levedura estarem produzindo os glicois", afirma.

Fiscalização

Segundo o coordenador-geral, a fiscalização por parte do Mapa nas empresas alimentícias deve ficar mais rígida após o Caso Backer. "Como foi falado no início do processo, era um risco que não fazia parte do rol de fiscalização do Ministério da Agricultura, mas é impossível que a fiscalização de bebidas no Brasil não sofra algum tipo de impacto por um evento dessa categoria", explicou.

"Foram elaboradas novas orientações, mas não há necessidade de alteração normativa para controlar esse evento, uma vez que o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol não devem estar na indústria de bebidas em situações que eles possam entrar em contato com alimento ou com a bebida", concluiu.

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