THE STREET STORE

Projeto transforma calçada em loja e doa roupas para moradores de rua

Iniciativa distribuiu gratuitamente doações para cerca de mil moradores de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade econômica

Por TÂMARA TEIXEIRA
Publicado em 10 de julho de 2016 | 13:43
 
 
 
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Na fila, a expressão era de ansiedade. Com os olhos atentos, esticavam o pescoço para espiar um varal enorme que se fez nas grades do Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no centro da capital. O que despertava o interesse eram milhares de peças de roupas, sapatos e acessórios, como bonés.

Neste domingo (10), o projeto The Street Store - Loja de Rua distribuiu gratuitamente doações para cerca de mil moradores de rua e pessoas em situação de vulnerabilidade econômica. A ação acontece durante todo o domingo, até as 18h, tanto para quem quiser doar, quanto para quem quiser receber as doações.

Com as mãos cheias, Welington Carlos Santos, 27, não escondia o sorriso com os pares novos de sapato para ele e a namorada. Com o lençol que usava para se cobrir na rua, fez uma trouxa com as novas aquisições. “Não teria nunca dinheiro para comprar isso. Passei aqui por acaso e quando soube o que era, não perdi a oportunidade. Fiquei muito feliz. Minha namorada vai adorar”, disse orgulhoso mostrando os sapatos de salto rosa e azul para a companheira.

Na mochila, Gilvani Martins dos Santos,33, ajudante de pedreiro, saiu com bermudas e blusas novas, tênis e boné. Com a perna fraturada depois de sofrer um acidente de moto, ele está em um abrigo na capital para se tratar. “Consegui muita coisa. Já conhecia essa ação. No ano passado, me ajudou muito também. Estou sem trabalhar e sem dinheiro nenhum, por isso, fiquei tão feliz”, disse.

De muletas em função da perna fraturada, ele recebia a ajuda dos voluntários para escolher e guardar as “compras”. Com toda paciência e gentileza, dezenas de funcionários ajudam a todos a encontrar uma roupa ou sapato que lhe caia melhor tanto pelo tamanho quanto pelo estilo.

Leonardo Máximo, um dos organizadores do projeto, conta que não há uma seleção de quem pode retirar as peças. “Oferecemos a todos que julgam precisar. O nosso foco, claro, são moradores de rua e a população de vulnerabilidade econômica. Como a maior parte é de homens, limitamos a oito peças de roupas e um par de tênis. Para as mulheres, é livre. A nossa intenção sempre é arrecadar muito e doar muito”, diz.

Neste ano, o projeto aconteceu dentro da Virada Cultural de Belo Horizonte e contou ainda com outros dois parceiros: a Macarronada Solidária, e a Pimp My Carroça, que estilizou a ferramente de trabalho dos carroceiros. No ano passado, o projeto aconteceu em cinco edições. Neste ano, estão previstas quatro. A próxima, segundo Máximo, deve acontecer em outubro, voltada para crianças.

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