Volta às aulas em BH

Quem puder mantenha filhos no ensino remoto, diz infectologista do comitê da PBH

Unaí Tupinambás diz que decisão de volta às aulas foi pensada para ajudar as famílias mais vulneráveis

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 24 de abril de 2021 | 20:08
 
 
 
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O infectologista Unaí Tupinambás, que integra o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus da Prefeitura de Belo Horizonte, recomendou neste sábado (24) em conversa com O TEMPO que as famílias que tiverem condições devem manter os filhos no ensino remoto.

A volta às aulas em Belo Horizonte está marcada para o dia 3 de maio para as crianças de 0 a 5 anos e 8 meses, para a rede pública. Porém, os professores e demais servidores públicos já retomam as atividades na próxima segunda-feira (26). A rede privada também já pode iniciar as aulas presenciais nesta segunda-feira (26).

De acordo com Tupinambás, a decisão de voltar às aulas presenciais foi tomada pensando nas famílias e crianças em situação vulnerável, que têm dificuldades de alimentação e de ficar com os filhos em casa porque têm que sair para trabalhar. Muitas vezes, pontuou, essas crianças também são expostas à violência.

“Aquela família que pode manter os filhos em ensino remoto, que o faça. Nós liberamos, e aí eu falo por mim, nós pensamos mais nos meninos mais vulnerabilizados pela pandemia. Aquelas crianças que são abandonadas, que os pais têm que trabalhar, estão largadas, passando fome, sofrendo violência”, enumerou.

Segundo ele, diante dos indicadores da pandemia em Belo Horizonte, ficar em casa seria a decisão mais acertada. “É o mais seguro neste momento. A pandemia não está controlada ainda, o momento é grave, saímos do colapso para uma situação administrável”, explicou o infectologista.

Unaí Tupinambás também ressaltou que as crianças que forem à escola precisam cumprir todas as medidas sanitárias para o enfrentamento da pandemia. “Caso a família opte por mandar o filho para a escola, que mantenha todo o cuidado: se possível, transporte adequado, usar máscara”, disse.

A Prefeitura de Belo Horizonte publicou neste sábado (24) as regras para a retomada das aulas presenciais.

Dentre as regras para o retorno às aulas está o uso constante de máscaras pelos alunos e servidores da educação, e o distanciamento de dois metros entre uma pessoa e outra. A portaria estabelece também que devem ser instaladas pias para lavagem de mãos na entrada da escola ou outros dispositivos para higienização, como dispensers de álcool em gel. 

"Caso seja utilizado álcool em gel, o uso deve ser monitorado por algum adulto. O número de pias e/ou dispositivos para higienização das mãos instalados instaladas na escola deve seguir a proporção de uma pia para cada grupo de quinze estudantes que ingressam na escola, no mesmo período. As pias ou outros dispositivos para higienização das mãos deverão respeitar o distanciamento de 2m (dois metros) ou possuir divisórias de acrílico separando cada bojo ou dispositivo", diz o texto. 

Devem ser organizados intervalos regulares de 15 minutos para que cada grupo de alunos circule nas áreas externas da escola permitindo a hidratação e idas ao sanitários. "Organizar os alunos em grupos chamados de 'bolhas', de forma que alunos de uma bolha não entrem em contato com as outras. Caso haja necessidade do uso emergencial do banheiro por aluno que não compõe aquela bolha, o mesmo terá preferência e após o uso, sua cabine, torneira e maçaneta deverão ser higienizados antes que a turma volte a usar o ambiente". 

Os alunos que não puderem retomar as atividades presenciais devem receber atividades para serem feitas de forma remota. O maior número de dias de aulas presenciais deve ser para os alunos em processo de alfabetização ou com dificuldades de estudos mediados.

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