MAIS MISTÉRIO

Residência de casal morto em Araxá não tem indícios de arrombamento

Vizinho que afirmou ter visto empresário por volta das 17h30 pode ter se confundido, uma vez que, segundo perito, vítimas foram assassinadas por volta das 16h de sábado

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 25 de janeiro de 2016 | 17:47
 
 
 
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A casa do empresário Igor Humberto Fonseca Sousa, de 26 anos, que foi assassinado junto com a mulher, Rafaela D'Eluz Giordani de Sousa, de 21, em Araxá, no Alto Paranaíba, no último sábado (23), não tem indícios de arrombamento. A informação é do subcomandante do 37º Batalhão da Polícia Militar da cidade, major Fernando Reis.

Segundo o policial, a equipe militar que esteve no imóvel, localizado na rua Vicente Martins de Oliveira, no bairro Veredas do Belvedere, quando os corpos foram localizados, não encontraram nenhum portão ou porta arrombados ou danificados.

Ainda conforme o major, a residência não tem câmeras de segurança. “O bairro é novo e tem poucas casas prontas. Alguns imóveis ainda estão em fase de construção”, disse o subcomandante.

Um dos poucos moradores do Veredas do Belvedere chegou a afirmar à polícia que viu o empresário sair de casa em sua S10. No entanto, o homem pode ter se confundido.

“Ele disse que viu um homem dentro da caminhonete usando boné. E o Igor costumava andar de boné. Como a pessoa o cumprimentou, ele deduziu que fosse o vizinho, mas essa informação também será investigada pela Polícia Civil. Talvez, quem saiu no carro da vítima pode ter sido até mesmo quem matou o casal”, disse Reis.

Horários desencontrados

A possível confusão do vizinho pode explicar o desencontro de horários no caso. No boletim de ocorrência, o vizinho afirmou que o empresário saiu de casa por volta das 17h30.

O pedido de viatura feito pelos amigos do casal, que foram até a residência após não conseguirem contato com os jovens por telefone, aconteceu por volta das 18h. Em um período curto, o homem teria voltado para o imóvel e os crimes contra ele e a companheira acontecido. 

Porém, uma fonte da Polícia Civil informou à reportagem de O TEMPO que Sousa e Rafaela foram mortos por volta das 16h.

“O horário certo dos óbitos será confirmado após o resultado de necrópsia. Mas os corpos passaram por perícia por volta das 2h desse domingo. Segundo o perito que atendeu o caso, as mortes aconteceram cerca de dez horas antes”, disse a fonte.

Porte de arma

Conforme o major Fernando Reis, não há informações de desafetos do casal na cidade. Além disso, as vítimas não chegaram a registrar nenhum boletim de ocorrência de ameaça. O único que consta em nome de Sousa é um porte de arma em 2014.

“Recebemos uma denúncia anônima informando que o Igor portava uma arma de fogo em casa. Conseguimos um mandado de busca e apreensão e localizamos o revólver na casa que eles moravam anteriormente”, disse o militar.

Na época, o empresário teria dito aos policiais que gostava de armas. Ele chegou a ser conduzido à delegacia, pagou fiança e foi liberado.

Crimes misteriosos ainda intrigam

Outros crimes misteriosos como o de Igor e Rafaela, que ainda não foram solucionados, continuam a intrigar familiares das vítimas e policiais que investigam os casos. O mais recente deles aconteceu no início deste mês, quando uma idosa de 67 anos e as duas filhas gêmeas, de 44, além de quatro cachorros, foram encontrados mortos dentro de casa no bairro Glória, região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com a PM, as vítimas apresentavam marcas de ferimentos provocados por armas de fogo e estavam em estado avançado de decomposição. Vizinhos disseram não ter escutado nenhum barulho de tiro. Por isso, a polícia acredita que os assassinatos aconteceram na virada do ano, durante a queima de fogos.

O assassinato do jornalista Evany José Metzker, 67, é outro fato ainda sem solução. Em maio do ano passado, em Padre Paraíso, na região do Vale do Jequitinhonha, a vítima foi encontrada decapitada. Informações extraoficiais dão conta de que a morte estaria relacionada a um esquema de pedofilia, em que Metzker estaria pessoalmente envolvido. A viúva do jornalista acredita que o homicídio foi motivado pela profissão dele. O inquérito transcorre em segredo de Justiça por causa da dificuldade em se apurar evidências e da multiplicidade de hipóteses para o crime.

O caso da jovem estrangulada dentro de casa, no bairro Nova Glória, em abril de 2015, ainda intriga os investigadores. A moça de 23 anos trabalhava como faxineira e foi encontrada pelo próprio marido, que havia saído para deixar os filhos do casal em uma creche da região. A perícia da Polícia Civil não encontrou marcas de arrombamento na residência.  Nenhuma hipótese de motivação foi descartada. A suspeita mais forte é que o crime tenha sido passional.

Em setembro de 2014, o corpo de uma adolescente de 14 anos que foi estuprada e estrangulada foi encontrado carbonizado em uma mata na zona rural de Catas Altas, na região Central do Estado. A família da jovem foi acionada e reconheceu o corpo por meio das roupas que ela usava antes de sair de casa. Até o momento ninguém foi preso pela autoria do crime, que chocou os moradores da cidade, que tem menos de 5 mil habitantes.

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