Minientrevista

“Resta a dúvida se não está sendo maquiado” 

Samira Bueno, Secretária executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública


Publicado em 14 de novembro de 2013 | 04:00
 
 
 
normal

É possível traçar um paralelo entre o número de “mortes a esclarecer” e a falta de transparência nas informações sobre crimes violentos?

 

Apenas com os dados informados no sistema nacional não dá para fazer essa análise, somente se tivéssemos todos os inquéritos em mãos. Mas resta a dúvida se isso não está sendo maquiado. O que é preciso saber no caso de Minas Gerais é qual o encaminhamento dessas informações. No momento em que se lavra um boletim de ocorrência é normal colocar primeiro “morte a esclarecer”, mas tem uma retificação depois ou um boletim aditivo? São Paulo, por exemplo, não tem retificação, mas faz um segundo boletim que fica atrelado ao primeiro.

A falta de padronização em como proceder nos casos de “mortes a esclarecer” em que depois se constata um homicídio não pode gerar problemas?


Em São Paulo, tivemos um exemplo de fragilidade. Há uns meses, um delegado de área chegou a uma cena de crime em que um corpo foi encontrado dentro do porta-malas. Ele só poderia chamar a perícia se abrisse um boletim de ocorrência e registrou como se fosse “morte a esclarecer”. Mas quando a perícia chegou havia inúmeros indícios de que se tratava de um homicídio. Acabou ocorrendo um duplo registro. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!