Robson é enterrado sem velório e com apenas 15 minutos de oração

Atendendo recomendações do Instituto Médico Legal (IML), o corpo de  Robson Máximo Gonçalves, de 26 anos, foi enterrado sem velório e o caixão foi mantido fechado o tempo todo. O enterro foi no distrito de Suzano, em Brumadinho, próximo ao Córrego do Feijão.

A família recebeu a notícia sobre identificação do corpo às 22h desse sábado, do IML, e o enterro foi ao meio-dia deste domingo (27). "Não teve velório, apenas 15 minutinhos de oração com o caixão fechado. Na hora que iam descer o caixão, a mãe dele chorou demais e quis ver o filho de qualquer jeito. Abriram apenas a janelinha com vídro e fecharam rapidamente ", contou o tio da vitima, Armindo Ferreira Cunha, de 50 anos.  

Sobrevivente do desastre, a mulher de Robson, Paloma Prates Cunha, de 22 anos,  internada no Hospital de Pronto-socorro João XXIII (HPS), somente foi informada da identificação do corpo do marido no final da tarde deste domingo (27). "Estavam esperando um psicólogo conversar com ela antes", disse o tio.

Amigo da família, Doriedson Gomes, de 43 anos, acompanhou o momento da má notícia para Paloma, no HPS. "Ela estava bem tranquila, mas acho que era efeito da medicação", observou ele.

Outras duas pessoas da família continuam desaparecidas. A irmã de Paloma, Pamela, de 13 anos, e o filho, Heitor, de 1 ano e 7 meses.

Segundo a família, as vítimas estavam em casa vendo TV no quarto, depois do almoço, quando Paloma disse ter escutado um estrondo. "Acharam que ia chover, que era um trovão, e a lama entrou na casa derrubando tudo. A lama levou a casa com tudo, não ficou nada no lugar. Até a linha do trem que passa perto a lama levou", afirmou o tio das vitimas, Armindo Ferreira Lima.

O carro da família de Paloma foi encontrado a três quilômetros de onde ficava a casa, segundo ele.