Qual é a principal dificuldade da investigação destas quadrilhas?
Aqui, é uma área muito extensa. Somos 80 homens, juntando as equipes de Uberaba e Uberlândia, para monitorar mais de cem municípios. Algumas cidades estão a 500 Km da sede da Polícia Federal. Já há relatos de pousos de aeronaves de traficantes em Unaí, no Noroeste de Minas. Além disso, é preciso um melhor monitoramento aéreo, feito com frequência, para saber a procedência dos aviões que estão pousando aqui. Ainda tem a questão da legislação. Prendemos traficantes que conseguem habeas corpus e respondem o processo em liberdade. Os que conseguimos manter presos continuam operando o esquema do presídio, com comparsas que estão soltos.
O que tem motivado esse crescimento do tráfico de drogas passando pelo Triângulo?
O alto lucro e o baixo risco. A região possui características propícias para esses pousos, mas até então não tinha um histórico de crimes assim. Era muito comum no Oeste paulista. Agora, eles estão focados aqui. Por isso, estamos aumentando as operações para cessar esse crescimento. Também estamos investindo no treinamento dos agentes policiais.
E como os pilotos são contratados?
Há pilotos experientes que já estão no esquema. Mas, cada vez mais, eles estão indo a escolas de aviação para aliciar pilotos novos e até entrando em contato com pilotos agrícolas, para fazer essa rota.