A Corregedoria da Polícia Militar (PM) concluiu o inquérito que investiga a morte do servente de pedreiro Helenílson Eustáquio da Silva Souza, de 24 anos, morto com um tiro na cabeça, no último dia 26, no aglomerado da Serra, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O acusado é um sargento da PM lotado no 22º batalhão. Segundo o tenente-coronel Filho, comandante do 22º Batalhão, o inquérito foi concluído nessa segunda-feira (3) e o acusado foi indiciado por homicídio.
Ainda de acordo com o tenente, o processo foi encaminhada à Justiça Militar, que vai decidir o futuro do sargento. "Quando se mata alguém, quando alguém é morto, a gente entende que houve um homicídio. Mas quem vai decidir isso é o juiz", afirma o tenente-coronel. Mesmo após ser concluído, ainda falta anexar ao processo a conclusão do laudo técnico realizado pelo Instituto de Criminalista. "Eles recolheram a arma e alguns materiais para serem periciados, mas ainda não foi anexado o resultado por que não ficou pronto", afirma.
O sargento suspeito de atirar em Helenílson tem nove anos de profissão, sendo sete só de Grupo Especializado em Áreas de Risco (GEPAR). A morte ocorreu depois que integrantes da corporação invadiram o aglomerado à procura de dois homens que teriam sido responsáveis por uma "saidinha de banco" no bairro Funcionários, na região da Savassi. "Ele continua preso. Só a Justiça é que tem poder para liberá-lo", conclui o tenente-coronel.
Outros envolvidos
Após o conflito no aglomerado da Serra, a Corregedoria da Polícia Militar (PM) informou que irá apurar a atuação de seis integrantes da corporação. Três deles por suspeitas de ameaças e ações truculentas no morro. Segundo o coronel Antônio Carvalho, do Comando de Policiamento Especializado (CPE), a maior parte do grupo foi identificada durante a ocupação do aglomerado. Os suspeitos estariam concentrados em duas áreas do morro que a polícia considera as mais perigosas: as vilas Marçola e do Pau Comeu.
Agora, a Polícia Civil vai apurar qual é a relação desses 44 suspeitos com a criminalidade no aglomerado. Segundo o delegado Anderson Alcântara, que assumiu o 1º Departamento de Polícia Civil, os primeiros mandados de prisão já foram pedidos à Justiça.