Granja de Freitas

Sem receber indenizações da PBH, moradores queimam pneus na Andradas

Cerca de 30 famílias esperam há mais de seis meses para receber os cheques prometidos pela Urbel

Por José Vítor Camilo
Publicado em 12 de junho de 2017 | 10:22
 
 
 
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Manifestantes atearam fogo em pneus e fecharam por cerca de 2h a avenida dos Andradas, na manhã desta segunda-feira (12), quase na divisa de Belo Horizonte com Sabará, na região metropolitana. O ato visava cobrar da Companhia Urbanizadora da capital (Urbel) o pagamento de indenizações para cerca de 30 famílias que serão removidas de suas casas, construídas há mais três décadas às margens do ribeirão Arrudas. 

O TEMPO conversou com uma das moradores afetadas pelo problema. Ela conta que há cerca de um ano e meio metade das casas foram demolidas e os moradores enviados para apartamentos do Minha casa, Minha Vida. "O restante dos moradores eles prometeram pagar o cheque, que está assinado pelo Alexandre Kalil (PHS) desde janeiro, mas até hoje nada. Estamos abandonados aqui", disse a mulher de 37 anos que não quis ser identificada. 

Ainda segundo os manifestantes, com a demolição de metade das casas, os moradores que ficaram estão sendo obrigados a conviver com a violência. "Está muito escuro e os ladrões estão saqueando as poucas casas que sobraram. Tive que parar de trabalhar, pois era muito arriscado deixar minhas filhas adolescentes sozinhas em casa. Também usam as casas demolidas para esconder carros roubados, desmanchar motos, traficar drogas", denuncia. 

A mulher conta que a indenização sofreu um reajuste de 20%, e que a Urbel teria proposto de pagar o valor sem o aumento. "Não aceitamos e agora tivemos que fazer a manifestação, pois está insustentável continuarmos aqui. Estamos sendo tratados como lixo", finalizou a moradora, que vive no local há cerca de 20 anos. 

FOTO: ARQUIVO PESSOAL / WEB REPÓRTER
manifestação
Os bombeiros precisaram ser acionados para conter as chamas

O Corpo de Bombeiros foi acionado e utilizou 500 litros de água para conter as chamas e retirar da avenida os materiais incendiados. A reportagem procurou a Urbel, mas até o momento a companhia ainda não se manifestou sobre a reclamação dos moradores. 

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