Especialistas nomeados pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), ligado à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), visitaram a serra do Curral nesta quinta-feira (7). A equipe é formada por brasileiros e por membros vindos do Uruguai, México e Argentina.
Conforme O TEMPO já havia noticiado nessa quarta-feira (6), o objetivo da ação foi fiscalizar e verificar a situação da mineração no local. A equipe se reúne na noite desta quinta e na manhã desta sexta-feira (8) para avaliar se um alerta patrimonial, que pode levar à perda do título de "Reserva da Bioesfera" da serra do Espinhaço, será lançado globalmente pela entidade.
Os especialistas percorreram a área onde a empresa Tamisa pretende minerar. Além disso, conversaram com representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) e com moradores da região.
“Amanhã (sexta) devemos anunciar o resultado das reuniões”, destacou o vice-presidente do Icomos Internacional, Leonardo Castriota.
O especialista explicou que a comissão pode decidir lançar o alerta ou suspender o processo. O procedimento, porém, pode ser retomado a qualquer momento, se isso for definido nas reuniões. “A gente pode considerar se já houve alguma ação, estabelecer prazos, suspender por 30 ou 60 dias”, disse Castriota.
A comissão verifica se houve algum avanço com relação a uma série de recomendações emitidas no início de junho. Entre as orientações estão os tombamentos federal e estadual, a recuperação da área já minerada da serra do Curral, a implantação de projeto de conservação para a área, a elaboração de um plano para a preservação dos recursos hídricos da região, entre outros.
O alerta é um instrumento técnico de pressão, que chama a atenção do mundo para risco que a serra do Curral corre, e que pode influenciar na decisão da Unesco de se manter ou não o título de "Reserva da Biosfera" concedido à serra do Espinhaço pela entidade. O título é alvo de uma revisão a cada dez anos.
Com José Vítor Camilo