O lado bom dessas experiências virtuais, conforme consideram os especialistas, é dar vazão a algumas fantasias. Ao teclar com alguém que está do outro lado da tela, muitas pessoas acabam descobrindo e conhecendo mais quais são as suas próprias vontades em relação ao sexo.
Entretanto, o hábito de se praticar esse prazer virtual ou de se visitar demais os sites pornográficos traz um sério risco: o de se viciar. "Isso já está comprovado. Algumas pessoas se viciam em sexo assim como outras se viciam em algumas drogas como o cigarro" , afirma o ginecologista e sexólogo Ramon Moreira.
E esse vício não é bom, na avaliação do especialista, porque gera uma dependência. "Às vezes, a pessoa chega ao trabalho ou em casa e a primeira coisa que pensa é em entrar nesses sites ligados a sexo. Isso começa a interferir na vida prática dela" , alerta.
De acordo com o sexólogo, é muito difícil para os viciados em sexo na Internet conseguirem deixar esse costume.
O caminho pode ser procurar alguma ajuda, como a terapia. O sexólogo Gérson Lopes cita casos de crises em casamentos porque o marido se viciou nessa prática pela Internet e acabou perdendo o interesse pela própria mulher.
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Outro risco a que estão sujeitas as pessoas que gostam de se expor na webcam é o de terem sua intimidade divulgada na maior rede de comunicação mundial. O advogado Alexandre Atheniense, especializado em direito de informática, informa sobre os constantes casos de ex-namorados expondo as fotos ou vídeos de ex-namoradas, entre outras situações.
Atheniense explica que o caso é passível de processo judicial. Entretanto, alerta o advogado, mesmo que haja condenação, é difícil reverter o estrago à privacidade da pessoa, já que as imagens podem ser extremamente difundidas por e-mails ou em blogs.
"Quando uma foto dessa cai na rede, o potencial de causar danos é enorme e tudo a um custo zero. Depois, para conseguir barrar, é igual a tirar cloro da piscina. É muito complicado e os efeitos psicológicos na pessoa exposta são terríveis" , informa. Por isso, Atheniense alerta para as pessoas tomarem cuidado.
Quem quiser muito tirar foto sem roupa ou se deixar filmar só deve fazer isso com alguém que seja de extrema confiança. Ainda assim, o advogado considera que é melhor se precaver e não deixar aparecer o rosto.
"O brasileiro é exibicionista por natureza, gosta de tecnologia, mas é ingênuo em relação aos danos que tudo isso pode causar à sua privacidade" , considera.