As sirenes são novamente acionadas no distrito de São Sebastião das Águas Claras, conhecido como Macacos, no município de Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite desta quarta-feira (27).
De acordo com o porta-voz da Defesa Civil, o tenente-coronel Flávio Godinho, é necessário elevar com urgência o risco de rompimento da barragem B3/B4 da mina Mar Azul, gestada pela mineradora Vale. A estrutura, agora, salta do nível 2 para o nível 3, momento em que o risco de rompimento é iminente ou, pior, em que a barragem já pode estar em colapso.
A decisão partiu da Prefeitura de Nova Lima, por meio da Defesa Civil de Minas Gerais, e da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec), depois que auditores independentes informaram que não emitiram declarações sobre a condição de estabilidade da barragem. Uma reunião foi realizada ao longo da tarde para definir se havia ou não a necessidade do acionamento das sirenes.
Procurada pela reportagem, a Vale informou que as sirenes serão acionadas preventivamente e que a ação faz parte do protocolo para início do nível 3 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).
A mineradora relembrou que os moradores que viviam na zona de autossalvamento já foram evacuados e, segundo ela, no momento, não haverá a necessidade de novas evacuações. "A população deve manter a rotina normal, permanecendo atenta aos chamados de emergência", declarou a empresa em nota.
Histórico
A primeira vez que as sirenes soaram no município foi na noite do dia 16 de fevereiro. Na ocasião, cerca de 200 moradores saíram às pressas de suas casas devido a elevada chance de colapso da estrutura.
A barragem da mina Mar Azul comporta três milhões de metros cúbicos e, tal qual as estruturas rompidas em Brumadinho, em janeiro deste ano, e Mariana, em novembro de 2015, segue o modelo à montante, considerado o mais perigoso pela Agência Nacional de Mineração (ANM).
À época da evacuação, a Vale chegou a comunicar que se tratava apenas de uma medida preventiva. Semanas depois, moradores se viram em um imbróglio com a mineradora. Segundo eles, a Vale queria que todos aqueles que não seriam soterrados em caso de rompimento, apenas ilhados, voltassem a suas casas.
Durante algum tempo, a estrada principal que desemboca em Macacos foi interditada para evitar a circulação de veículos.
Sirenes soam com frequência
Há menos de uma semana, no dia 22, as sirenes de alerta soaram pela segunda vez também em Barão de Cocais, região Central de Minas Gerais. A barragem da mina de Gongo Soco, na ocasião, também estava com risco iminente de rompimento.
Um mês antes, os moradores da zona de autossalvamento da barragem já haviam sido evacuados às pressas, ainda durante a madrugada. Há relatos de moradores que correram pela mata que cerca os bairros próximos à barragem, imaginando que a estrutura já teria se rompido.
Atualizada às 23h42