Bairro Lajinha

Sujeira e animais mortos em granja atraem moscas e urubus em Ibirité

Nesta terça-feira (2), o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) fiscalizou o local e informou que a criação existe no imóvel é apenas para subsistência

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 02 de dezembro de 2014 | 19:05
 
 
 
normal

Após procurar por cerca de três anos, sem qualquer retorno, a Vigilância Sanitária de Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte, um morador do bairro Lajinha resolveu denunciar à imprensa os problemas causados por uma granja que funciona no meio de várias residências na região. Com animais mortos e sujeiras sendo deixadas expostas na parte de trás do criadouro, moradores reclamam do extremo mau cheiro e da convivência com moscas e urubus.

Segundo o eletricista Daniel André do Vale, de 34 anos, ele vive há quatro anos na rua Montes Claros com a esposa, e as duas filhas, uma de 2 anos e outra de apenas oito meses. "A região era uma fazenda e a granja já existia há anos. A questão é que lotearam toda a região, já cobram IPTU, mas não se preocupam com a saúde dos moradores", explicou.

O mau cheiro da granja, conforme o denunciante, vem dos dejetos das aves e, também, de animais mortos, que são deixados no quintal do terreno. "Tive que filmar, para não falarem que estou mentindo. O mau cheiro é tanto que temos que dividir espaço com os urubus que vem comer as carcaças de galinhas. Isso sem falar nas moscas. Se tornou tão insuportável que tive que telar todas as portas e janelas da minha casa", disse Vale.

As caixas usadas para transportar os animais, segundo o eletricista, não seriam lavadas, mas apenas deixadas do lado de fora, na chuva. "Tinha criação de cachorro, mas não tive como manter pois todos eles acabavam morrendo por causa das doenças que pegavam das moscas. E a saúde da minha família, das minhas meninas pequenas, como fica nesse caso?", protestou.

O homem afirma ter procurado diversas vezes a Vigilância Sanitária, porém, a informação que ele recebeu foi de que um alvará foi emitido permitindo o funcionamento. Ele também diz já ter procurado os donos da granja, que afirmaram por diversas vezes que limpariam o terreno, mas nada foi feito.

Respostas

A Vigilância Sanitária do município foi procurada pela reportagem de O TEMPO, que foi informada que a fiscalização deste tipo de empreendimento deveria ser feita pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

O órgão então explicou que não possui qualquer registro da granja denunciada, sendo que o IMA acompanha apenas estabelecimentos na zona rural do Estado. Por se tratar de uma granja em uma área urbana, ela só poderia existir caso tenha uma legislação municipal em Ibirité que autorize o seu funcionamento. 

Neste caso, a granja deveria ser registrada junto à prefeitura e fiscalizada pela Vigilância Sanitária Municipal. Na tarde desta terça-feira (2), fiscais do IMA compareceram ao endereço da granja para verificar se existe uma autorização para funcionamento e, caso contrário, o local e a prefeitura poderiam ser notificados sobre as irregularidades e o imóvel seria fechado. Contudo, os fiscais disseram ter encontrado apenas uma criação para subsistência e afirmaram que a fiscalização lá é de incumbência da prefeitura. 

Após a informação repassada pelo IMA, a reportagem procurou a Prefeitura de Ibirité, que até o momento ainda não respondeu se a granja possui autorização legal para funcionar na cidade. 

Veja as imagens enviadas pelo denunciante:

Atualizada às 9h59 do dia 3 de dezembro de 2014

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!