Dois homens, de 38 e 22 anos de idade, suspeitos de furtarem itens em apartamentos de luxo em Belo Horizonte foram identificados pela Polícia Cívil de Minas Gerais. A dupla que está foragida é suspeita de ter provocado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão em joias e dinheiro. Os crimes teriam ocorrido em bairros da região Centro-Sul da capital, no fim de 2023.
As investigações começaram no dia 3 de novembro de 2023, quando um casal de idosos denunciou ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) um roubo ao apartamento deles, no bairro Sion, em BH. Segundo a Polícia Civil, nesse dia, a dupla levou cerca de R$ 800 mil em coleção de relógios e em dinheiro em espécie (dólar, real e euro).
Com o início das investigações, a PCMG identificou outros dois crimes cometidos pela dupla na capital: um deles no dia 2 de dezembro, quando a dupla teria levado de um apartamento no bairro Anchieta R$ 150 mil, entre joias, relógios e dinheiro em espécie. No dia 10 de novembro, conforme o inquérito, o alvo foi um apartamento no bairro de Lourdes, de onde foram levadas sete armas de fogo, além de joias.
Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que a dupla é da cidade de São Paulo (SP) e tem experiência em furtos a apartamentos de luxo.
"O mais novo (22 anos) se disfarça de visitante do condomínio. Eles chegam bem vestidos e simulam que estão na casa de alguém. Eles usam as tags de acesso ao condomínio e simulam que a tag deles não está abrindo e pedem para alguém abrir pra eles. Após acessar o condomínio, eles escolhem um imóvel vazio, arrombam a porta do imóvel e fazem o furto", detalha o chefe do Depatri, Felipe Freitas.
Conforme a PCMG, eles descobrem e escolhem os alvos usando dados vazados dos contribuintes, como do Imposto de Renda. Após selecionar os alvos, eles se aproveitam de momentos de vulnerabilidade do prédio, como eventos, festas, domingos e feriados, datas em que o fluxo de visitantes nos condomínios aumenta, facilitando a entrada despercebida.
No caso dessa dupla, o homem mais velho, de 38 anos, ficava no carro, do lado de fora, enquanto o mais jovem invadia os prédios. O suspeito, conforme a PCMG, é especialista em arrombar portas, inclusive tendo feito curso de chaveiro e material de mixa.
Conforme o delegado Gustavo Barletta, esse tipo de criminoso dificilmente age com violência física, pois oreza pela discrição. "Eles não querem resistência e buscam casas vazias. Não entram em casas ocupadas. É raro esse tipo de criminoso portar arma de fogo. No máximo, uma faca", explica.
Por isso, o delegado aconselha moradores de condomínio e porteiros a redobrarem a atenção e a vigilância, para dificultar a ação dos criminosos. "Os moradores e funcionários dos prédios têm que ter consciência de que não é vergonha você abordar uma pessoa que você não conhece. Confirmar com os moradores se essa pessoa que está tentando entrar é autorizada ou não. E também fazer um cadastro de identidade, de autorização", recomenda.
Concluídas as investigações, que contaram com colaboração da Polícia Civil de São Paulo, a PCMG foi a São Paulo cumprir mandados de busca e apreensão, e também de prisão. Os suspeitos não foram encontrados nos endereços e estão foragidos. Foram recuperados alguns relógios e joias furtadas, e foram apreendidas roupas que um dos suspeitos teria usado em um dos crimes.
Eles podem responder por furto qualificado por arrombamento. A depender da continuidade das investigações, eles também podem ser indiciados por associação ou organização criminosa. Juntos, os crimes podem render uma pena de até 15 anos de prisão.