Investigação

Suspeitos de furtarem itens de luxo de BH e outras cidades são identificados

Dois homens fingem ser moradores ou visitantes dos imóveis de luxo e acabam tendo acesso às unidades; Eles roubam jóias e dinheiro

Por Bruno Daniel
Publicado em 21 de março de 2024 | 13:05
 
 
 
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Dois homens, de 38 e 22 anos de idade, suspeitos de furtarem itens em apartamentos de luxo em Belo Horizonte foram identificados pela Polícia Cívil de Minas Gerais. A dupla que está foragida é suspeita de ter provocado um prejuízo de aproximadamente R$ 1 milhão em joias e dinheiro. Os crimes teriam ocorrido em bairros da região Centro-Sul da capital, no fim de 2023.

As investigações começaram no dia 3 de novembro de 2023, quando um casal de idosos denunciou ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri) um roubo ao apartamento deles, no bairro Sion, em BH. Segundo a Polícia Civil, nesse dia, a dupla levou cerca de R$ 800 mil em coleção de relógios e em dinheiro em espécie (dólar, real e euro). 

Com o início das investigações, a PCMG identificou outros dois crimes cometidos pela dupla na capital: um deles no dia 2 de dezembro, quando a dupla teria levado de um apartamento no bairro Anchieta R$ 150 mil, entre joias, relógios e dinheiro em espécie. No dia 10 de novembro, conforme o inquérito, o alvo foi um apartamento no bairro de Lourdes, de onde foram levadas sete armas de fogo, além de joias.

Modus operandi

Durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que a dupla é da cidade de São Paulo (SP) e tem experiência em furtos a apartamentos de luxo.

"O mais novo (22 anos) se disfarça de visitante do condomínio. Eles chegam bem vestidos e simulam que estão na casa de alguém. Eles usam as tags de acesso ao condomínio e simulam que a tag deles não está abrindo e pedem para alguém abrir pra eles. Após acessar o condomínio, eles escolhem um imóvel vazio, arrombam a porta do imóvel e fazem o furto", detalha o chefe do Depatri, Felipe Freitas.

Conforme a PCMG, eles descobrem e escolhem os alvos usando dados vazados dos contribuintes, como do Imposto de Renda. Após selecionar os alvos, eles se aproveitam de momentos de vulnerabilidade do prédio, como eventos, festas, domingos e feriados, datas em que o fluxo de visitantes nos condomínios aumenta, facilitando a entrada despercebida.

No caso dessa dupla, o homem mais velho, de 38 anos, ficava no carro, do lado de fora, enquanto o mais jovem invadia os prédios. O suspeito, conforme a PCMG, é especialista em arrombar portas, inclusive tendo feito curso de chaveiro e material de mixa.

Conforme o delegado Gustavo Barletta, esse tipo de criminoso dificilmente age com violência física, pois oreza pela discrição. "Eles não querem resistência e buscam casas vazias. Não entram em casas ocupadas. É raro esse tipo de criminoso portar arma de fogo. No máximo, uma faca", explica.

Por isso, o delegado aconselha moradores de condomínio e porteiros a redobrarem a atenção e a vigilância, para dificultar a ação dos criminosos. "Os moradores e funcionários dos prédios têm que ter consciência de que não é vergonha você abordar uma pessoa que você não conhece. Confirmar com os moradores se essa pessoa que está tentando entrar é autorizada ou não. E também fazer um cadastro de identidade, de autorização", recomenda.

Buscas e apreensão

Concluídas as investigações, que contaram com colaboração da Polícia Civil de São Paulo, a PCMG foi a São Paulo cumprir mandados de busca e apreensão, e também de prisão. Os suspeitos não foram encontrados nos endereços e estão foragidos. Foram recuperados alguns relógios e joias furtadas, e foram apreendidas roupas que um dos suspeitos teria usado em um dos crimes.

Eles podem responder por furto qualificado por arrombamento. A depender da continuidade das investigações, eles também podem ser indiciados por associação ou organização criminosa. Juntos, os crimes podem render uma pena de até 15 anos de prisão.

Viajantes do crime

Conforme a Polícia Civil de Minas Gerais, BH não é o único local em que a dupla age. Já foram identificadas ações similares dos suspeitos em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Brasília (DF), Fortaleza (CE) e Mato Grosso do Sul.
 
"Eles viajam sempre de carros, alugados com documentos falsos", explica o delegado Gustavo Barletta.

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