Brumadinho

Traficante de drogas sintéticas agia com discrição em ‘fábrica’

Imóvel onde funcionava laboratório foi alugado

Por Aline Diniz
Publicado em 26 de agosto de 2016 | 03:00
 
 
 
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Com muros altos e em uma rua com pouco movimento, a casa onde, segundo a Polícia Civil, foi estourado o primeiro laboratório de drogas sintéticas de Minas Gerais estava alugada por um traficante havia cerca de três meses. De acordo com vizinhos, Élton José Lopes, conhecido como DMX, que foi preso no último dia 17, agia com discrição no imóvel no distrito de Casa Branca, em Brumadinho, na região metropolitana da capital, e não levantava suspeita de exercer a atividade ilícita no local.

Nessa quinta-feira (25), a reportagem de O TEMPO esteve no imóvel. Alguns vizinhos se disseram surpresos com as notícias da prisão do homem e de que na casa funcionava um laboratório de drogas. Segundo uma vizinha de Lopes, que pediu para não ser identificada, o suspeito demonstrava ter uma vida convencional.

A mulher contou que ele saía de casa pela manhã com a namorada e quase sempre voltava somente à noite. Ainda conforme a vizinha, o preço do aluguel da casa, quando anunciado, era de R$ 1.000, mas ela não sabe o valor do contrato. O dono da residência não foi encontrado. “Acho que ele é dono de uma oficina mecânica em Belo Horizonte. Aparentava ser uma boa pessoa”, afirmou a mulher.

Outra moradora da rua, que também pediu anonimato, afirmou que Lopes sempre foi discreto. “Não víamos festas nem bagunça, apenas ele e a mulher”, confirmou. Apesar de poucas palavras, segundo a vizinha, o homem mantinha o bom convívio. “Quando a bola dos meninos caía lá dentro da casa, ele devolvia sem problemas”, contou.

A namorada do suspeito foi identificada pelos moradores como uma mulher loira que gostava de andar de carro. “Eles só vinham até o comércio e voltavam para casa, não eram de ficar na rua”, disse uma terceira vizinha.

Suspeito preocupado com a segurança

Élton José Lopes era frequentador assíduo de um depósito de material de construção em Casa Branca. Conforme relato de moradores, o homem se preocupava com a segurança da residência. “Ele ia lá e comprava materiais para dar um reforço em sua casa”, contou uma moradora.

Entre os vizinhos do imóvel, nessa quinta-feira (25), o temor era grande, pois alguns tinham medo de que o suspeito pudesse cometer alguma represália por considerá-los “X9”. Eles também disseram que o bairro é tranquilo.

“Algumas pessoas de fora vêm fazer coisa errada aqui. Tenho pavor de drogas e crimes. Aqui poderia ser mais calmo”, contou uma moradora.

Investigação. Nessa quinta-feira (25) a Polícia Civil informou que as investigações do caso continuam para tentar identificar para quem Lopes fornecia a droga que produzia no laboratório. De acordo com a corporação, o homem já havia sido condenado a 15 anos de prisão por tráfico e pode ser condenado a outros 30 anos. (AD)

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