Um esbarrão de um caminhão de mudanças em um padrão de luz foi motivo para um traficante de Ravena, distrito de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, promover um tiroteio, matar uma pessoa e deixar outra, um policial militar, gravemente ferida neste sábado (28). O homem de 41 anos que morreu não estaria na confusão e teria sido vítima de bala perdida.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o 3º sargento de 42 anos chegou ao posto policial da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na BR-381, pedindo por socorro. Ele estava em seu Celta e contou que havia sido baleado. O veículo também estava cravejado de balas. O militar foi socorrido e encaminhado ao Hospital Risoleta Tolentino Neves com perfurações no abdômen. Ele passou por cirurgia e segue internado em estado grave.
Militares do 61º Batalhão deslocaram até o endereço da confusão, na rua Santa Bárbara, no bairro Ravenopolis, e se depararam com um homem de 38 anos que também foi baleado. Ele contou que passava pela rua quando viu o agressor e um outro homem discutindo com o militar depois que um caminhão que transportava uma mudança colidiu contra o padrão de luz de uma casa acidentalmente.
Nesse momento, o jovem de 22 anos, conhecido por ser um dos traficantes mais violentos da região, e o primo começaram a atirar. Após balear três pessoas, sendo que Edvaldo Moreira de Oliveira, de 41, morreu no local, a dupla fugiu em uma motocicleta de cor preta. No entanto, o traficante foi localizado.
Na casa dele, militares encontraram no armário da cozinha uma cápsula de calibre 28. No quanto foram localizados dois canivetes, uma chave mixa e sacos de embalagens transparentes. O pedestre que levou um tiro na axila recusou atendimento médico. A polícia não informou se o sargento baleado estava armado e chegou a atirar também.
O suspeito foi encaminhado à Delegacia de Plantão de Sabará. A reportagem de O TEMPO tentou contato com o responsável pela 186ª Companhia do 39º Batalhão, onde o policial trabalha, mas o comandante não foi localizado.
Família de vítima defende suspeito
Muita abalada, a família de Oliveira ainda tenta achar explicações para a tragédia. No entanto, os parentes da vítima defendem o suspeito e afirmam que ele não estava armado.
“Moro em outra rua e, quando escutei a confusão, fui para casa da minha mãe. Quando cheguei, vi a troca de tiros. O policial estava ajudando na mudança do inquilino dela”, contou a irmã de Oliveira, Marizete Moreira de Oliveira.
A vítima, que trabalhava com reciclagem, deixa uma filha de 12 anos.