A polêmica envolvendo a influencer e modelo paraense Kat Torres, de 33 anos, que é acusada pela família da mineira Letícia Maia, de 21 anos, de participar de um esquema de tráfico humano para prostituição nos Estados Unidos, teve um novo episódio na noite de segunda-feira (17). Durante uma live um seguidor pediu que ela mordesse o lábio caso precisasse de ajuda e, instantes depois Letícia fez o sinal.
Na transmissão, que contou com a participação de Kat - que utilizava a conta do namorado, após deletar o seu perfil oficial -, as duas fizeram novos ataques aos pais da jovem, que vem sendo acusados de abusar dela quando criança, e também à uma emissora de TV, que teria feito uma entrevista com as duas mas não publicaram a conversa.
Assista:
A polêmica envolvendo Kate Torres, que é acusada participar de um esquema de tráfico humano, teve um novo episódio nesta segunda. Durante uma live, Letícia Maia mordeu o lábio logo após ler a mensagem de um seguidor que pedia que ela fizesse isso caso precisasse de ajuda. pic.twitter.com/pgmyRYuJ9z
— O Tempo (@otempo) October 18, 2022
De acordo com a mãe da jovem, ela acredita que Kat estaria forçando ou manipulando a filha a fazer as acusações. "Letícia tem que fazer o que a Kat manda. Acredito também que a Kat faça parte de uma seita", disse a mulher, que preferiu não ser identificada, nesta terça-feira (18).
Desde o último fim de semana, o caso vem ganhando repercussão nas redes sociais depois do pai de Letícia fazer uma publicação afirmando que a filha teria sido forçada a ir para o país. A família da jovem também registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, que está investigando o caso.
O Itamaraty também acompanha o caso. Por nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Houston, informou que tem conhecimento da situação e está em contato com as "autoridades policiais norte-americanas" que fazem a investigação do caso.
"Aquela repartição consular permanece à disposição para prestar a assistência cabível às nacionais brasileiras e a seus familiares, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local", completou.
Relembre
Na segunda, a reportagem de O TEMPO conversou com a mãe da mineira, que relatou que a filha sempre foi "carinhosa, dócil e apegada à família". A família vive em Perdões, no Sul de Minas, e ajudou Letícia a ir para os Estados Unidos em 2019, em um programa do chamado Au Pair, quando a pessoa vai para o país para trabalhar na casa de uma família.
Depois de algum tempo vivendo no país, os familiares de Letícia descobriram que, desde quando estava no Brasil, ela já se consultava online com a influencer, life coach, escritora, hipnoterapeuta, empresária e "bruxa" Kat Torres, que teria, segundo o seu site oficial, mais de 2 milhões de seguidores em todas as redes sociais.
"Decobrimos que essa suposta 'guru' que teria incentivado minha filha a fazer o intercâmbio por uma empresa e depois abandonar o programa, prometendo que ela ficaria famosa, milionária e conseguiria o green card (cidadania norte-americana) se pagasse US$ 8 mil", continuou a mãe.
Ainda conforme a família de Letícia, com o tempo, ela foi mudando o comportamento com os pais, irmãos e amigos, se distanciando, diminuindo as ligações e, em seguida, bloqueando todos os conhecidos nas redes sociais.
Além de Letícia, outra mulher também vem sendo procurada por familiares e amigos. Desirrê Freitas Silva, de 26 anos, é natural de São Paulo e, segundo uma amiga, que a conheceu no Canadá, teria sido induzida por Kat Torres a se separar do marido, com quem vivia na Alemanha, e se mudado para o Texas, nos EUA, para trabalhar com a "guru".
"A Desi era muito sonhadora, trabalhava muito pois queria abrir a própria empresa. Começou a meditar muito e, após conhecer a Kat, passou a ser muito influenciada por ela. A guru começou dizendo que ela tinha que se separar, pois o marido não queria o bem dela, e tinha feito magia negra para a Desi. Ela se separou e a guru virou a vida dela, gastava todo o dinheiro em consultas virtuais", detalhou a amiga.