Um trio, formado por dois homens e uma mulher, foi preso em Belo Horizonte, nessa terça-feira (5), suspeito de aplicar o golpe 'da falsa quitação do empréstimo' em ao menos dez idosos e pensionistas. O grupo teve parte dos bens avaliados em quase R$ 500 mil apreendidos.
A Polícia Civil repassou, nesta quinta-feira (7), durante coletiva de imprensa detalhes das detenções e investigação, que ainda segue em andamento.
De acordo com a corporação, o grupo, que é do Rio de Janeiro, age em Belo Horizonte desde o ano de 2021, mas somente em 2022 o bando começou a ser investigado. Eles se passam por uma empresa de consultoria financeira, que realiza a renegociação de dívidas.
O grupo que possuía acesso ao banco de dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizava o primeiro contato com as vítimas via telefone. Neste momento, os idosos eram atraídos pelas facilidades oferecidas pelos integrantes do bando, de quitar o empréstimo bancário, adquirido pelo próprio idoso, cobrando um valor bem menor que o contratado.
Após aceitar a negociação, a vítima era orientada a procurar a sede da empresa,no hipercentro da capital, para fechar o negócio.
Entretanto, ao chegar no local a vítima era convencida a fornecer seus dados pessoais e bancários. Na sequência, eram emitidos boletos para quitação. Após os pagamentos, o idoso recebia a informação que o negócio combinado já havia sido realizado.
No entanto, ao consultar o extrato bancário as vítimas percebiam que o empréstimo não havia sido quitado e uma nova negociação, que variava entre R$ 10 e R$ 12 mil havia sido feita.
Ao perceber que havia caído num golpe, a vítima tentava contactar a empresa indo até o endereço fornecido pelos golpistas. Ao chegar no local, a vítima recebia a informação que a empresa já havia mudado de localização.
" Em três anos de atuação em BH a empresa se mudou cerca de quatro vezes. O grupo foi preso em casa. Até então, ninguém possuía passagens pelo sistema prisional", explicou a delegada Elyenni da Silva.
Ainda conforme a delegada, o caso ainda é investigado. "Temos que tentar entender como esse grupo tinha acesso ao banco de dados do INSS. Esse acesso dava a eles os dados, endereço das vítimas. Desse modo, ficava mais fácil convencer as vítimas", destacou Elyenni da Silva.
O grupo vai responder por estelionato e formação de quadrilha. Além disso, o bando também pode responder pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas somadas ultrapassam os 10 anos de detenção.