CASO Bom Jardim de Minas

Universitário assassinou taxista e filha de 5 anos para roubar R$ 300

Vítima foi escolhida aleatoriamente por uma lista telefônica; menina foi morta com tiro na testa porque gritou ao ver o pai ser assassinado

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 02 de fevereiro de 2015 | 09:15
 
 
 
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A Polícia Civil conseguiu, após 16 dias, desvendar as mortes de um taxista e de sua filha, de apenas 5 anos, que chocou os moradores de  Bom Jardim de Minas, na Zona da Mata mineira. Em entrevista à reportagem de O TEMPO nesta segunda-feira (2), o delegado responsável pelo caso, Marcio Savino, contou que um universitário de 22 anos planejou o crime e, junto com um comparsa, assassinou as vítimas para conseguir R$ 300.

Segundo o policial, o estudante de odontologia cobrou uma dívida do jovem de 20 anos, que afirmou não ter dinheiro para pagar. “Como o jovem disse que não tinha dinheiro, o estudante propôs cometer um roubo e, se preciso, matar a vítima. Eles pensaram em assaltar um taxista, foram até uma padaria, pegaram uma lista e ligaram aleatoriamente”, explicou o delegado.

Natanael José Landim foi buscar os passageiros, que solicitaram uma corrida até Capelinha do Pacau, um distrito da cidade. Dentro do carro também estava a pequena Gabriele, que costumava ir com o pai para corridas que fossem perto de casa.

“No meio do caminho, eles anunciaram o assalto e colocaram pai e filha dentro do porta-malas. O Natanael tentou reagir e, nesse momento, um deles atirou. A menina começou a gritar, e foi morta com um tiro na testa”, disse Savino.

Após os crimes, eles passaram em um posto da cidade de Lima Duarte, compraram combustível, foram para Santa Bárbara do Monte Verde e atearam fogo nos corpos. Depois, eles voltaram para Lima Duarte e queimaram o veículo.

“Eles conseguiram uma quantia inferior a R$ 300, pegaram um outro táxi e voltaram para  Bom Jardim de Minas, onde um deles residia. Conseguimos localizá-los ouvindo testemunhas e com a quebra do sigilo telefônico de Natanael”, disse o delegado.

Estudante frio

Durante os depoimentos, conforme o delegado, o universitário se mostrou uma pessoa fria. “O outro suspeito falou mais. O jovem de 20 anos chegou hesitar em matar a criança, mas o universitário afirmou que, se ela não morresse, ele é que seria morto”, explicou Savino.

O policial afirmou que nenhum deles assumiu a autoria dos disparos, mas há indícios que o estudante tenha matado. “A arma usada no crime foi encontrada no carro dele. O universitário, que é do Rio de Janeiro, demonstrou ser uma pessoa muito fria”, contou.

A dupla, que já tinha antecedentes criminais, foi encaminhada ao Presídio de Andrelândia. Os jovens podem responder por dois latrocínios, roubo seguido de morte, ocultação de cadáver e dano do veículo. As penas somadas chegam a quase 50 anos de prisão.
 

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