SEM ACORDO

Uso de canivete é ignorado em agressão a motoboy em BH, e defesa denuncia fraude

Defesa de motoboy Lincoln Santos recusou acordo do MPMG que previa pena de grupo de apoio aos agressores

Por Isabela Abalen
Publicado em 25 de agosto de 2023 | 15:10
 
 
 
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A defesa do motoboy Lincoln Santos, de 20 anos, denunciou uma suposta “incompetência” dos Juizados Especiais Criminais em resolver o caso de sua agressão. O motivo, de acordo com o que foi apresentado em audiência de conciliação nessa quinta-feira (24 de agosto) em Belo Horizonte, é que o uso de canivete pelos suspeitos foi ocultado do caso. De acordo com a defesa, está acontecendo uma suposta “fraude processual”. 

Lincoln foi agredido com socos, golpes de muleta e diversos cortes de canivete no braço, tórax, costela e costas durante uma entrega no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, no último dia 15 de agosto. A violência começou após o motoboy solicitar o código de entrega do pedido, um processo obrigatório do serviço. Lincoln precisou ser hospitalizado por algumas horas e ficar sem trabalhar para cuidar dos ferimentos. O caso levou a uma manifestação de entregadores na Praça Sete, em BH. 

De acordo com a argumentação dos advogados de defesa da vítima, tanto as imagens de gravação da agressão, quanto o prontuário médico e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) constam lesões por arma branca, similar à uma pequena faca, que seria o canivete. Mas, no processo do crime, a arma não é citada e não teria sido apresentada na delegacia. 

Agora, o caso vai voltar ao Ministério Público com as novas provas apresentadas e a solicitação de abertura de inquérito para apurar a agressão. “A defesa solicitou a remessa dos autos para a Vara de Inquéritos para que seja aberta investigação sobre a ocultação da arma e possível fraude processual, já que os agressores não apresentaram a arma branca no momento da ocorrência policial”, adiciona relatório do Fórum sobre a audiência de conciliação. 

Sem acordo com os acusados 

Durante a audiência, que tinha o objetivo de conciliação entre as partes, nenhum acordo foi fechado. A proposta do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) era que pai e filho que realizaram o pedido de entrega e foram gravados batendo no motoboy frequentassem um grupo de pessoas em situação de conflitos. Os dois aceitaram participar do grupo por dois meses, sendo oito sessões. Assim, se a defesa da vítima concordasse, a medida valeria como cumprimento de pena, e o processo seria arquivado. Mas a defesa de Lincoln negou o acordo. 

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