Interditada desde a última quinta-feira (27) pela "segurança de visitantes e funcionários", a cachoeira Véu da Noiva é uma das mais visitadas da serra do Cipó, em Santana do Riacho, na região Central de Minas. Nesta segunda-feira (1º de maio), o Corpo de Bombeiros, que interditou o local juntamente com a Defesa Civil do município, divulgou imagens feitas com um drone da rachadura em uma rocha que teria motivado a interdição.
Nas imagens é possível ver a grande rachadura existente na parede da cachoeira, que tem uma queda de aproximadamente 70 metros de altura. De acordo com Associação Cristã de Moços em Minas Gerais – ACM-MG, responsável pela manutenção e oferta do turismo na cachoeira, a Véu da Noiva foi interditada ainda na quinta-feira (27) e passou o feriado do Dia do Trabalhador sem receber banhistas. Até o momento, não há prazo para liberação.
Nas redes sociais, um antigo frequentador da cachoeira publicou uma foto em que escala e salta no poço de cima da pedra que apresentaria risco, ainda na década de 80. Na postagem, André Belisario argumenta que a rachadura já existia há mais de 30 anos e diz acreditar que estaria ocorrendo um "alarmismo infundado".
"Eu subi pela fenda na face do paredão umas 4 ou 5 vezes, em diferentes ocasiões, e nunca observei o mínimo movimento no pontão. Obviamente que, caso ela estivesse tão instável, no alto de seus mais de 13 metros de altura esta movimentação seria ainda mais perceptível", disse o homem.
Ele também mostra uma imagem, de 1988, em que compara o tamanho da "fenda" com a largura de seu corpo. "Acho difícil de acreditar que a situação tenha chegado ao ponto de que o destino deste pontão esteja agora nas mãos de um 'especialista' que poderá, na pior das hipóteses, sugerir a remoção deste importante componente da paisagem deste local", completou Belisario.
A Prefeitura de Santana do Riacho informou que foi feita uma vistoria da Defesa Civil da cidade e do Corpo de Bombeiros que levou à interdição da cachoeira. Segundo o Corpo de Bombeiros, a fratura de parte da rocha aconteceu de forma natural, sem indícios de ação do homem. Mesmo assim, apresenta risco potencial de queda, colocando a vida dos banhistas em risco.
A ACM entende que a interdição é uma forma de prevenir algum acidente. “A vistoria é para avaliar as condições do espaço e indicar pontos para uma manutenção preventiva. Não houve acidentes, foi somente para prevenção”, informa. Ainda de acordo com a ACM, esta é a primeira vez que a cachoeira é interditada.
A cachoeira Véu da Noiva só voltará a estar disponível aos turistas quando for emitido relatório que ateste a segurança do local. Os Bombeiros também solicitaram a retirada da estrutura que está solta, conforme avaliação de profissionais da área.
O acesso aos outros espaços da área do Camping Véu da Noiva continuam funcionando, com acesso aos chalés, piscina de água natural, quadras esportivas, lanchonete e restaurante. “No entanto, o acesso à cachoeira encontra-se interditado para manutenção preventiva”, escreveu a ACM-MG. A Defesa Civil Municipal também expedirá laudo complementar sobre o caso.