Ainda há muito a ser esclarecido sobre o tiroteio entre policiais civis paulistas e mineiros que deixou um agente mineiro morto, na sexta-feira (19), em Juiz de Fora, na Zona da Mata. No entanto, resumimos o que as investigações já mostraram até agora. Entenda:
O que foram fazer
As investigações apontam para uma ação de estelionato que não deu certo. o empresário paulista Flávio de Souza Guimarães teria ido a Juiz de Fora trocar dólares por reais. Para isso, ele teria contratado uma empresa de segurança, que chamou nove policiais civis de São Paulo para fazer a escolta.
No outro lado estaria Antonio Vilela, que levaria os reais. Não está claro se os policiais mineiros foram contratados por Vilela.
Investigações apontam que Flávio de Souza Guimarães teria negociado a troca de dólares por reais com Antônio Vilela. O empresário paulista disse que se tratava de um empréstimo.
Eles se encontraram no estacionamento do hospital e a troca de tiros teria acontecido após a descoberta de que haveria reais falsos nas malas.
Quem foi atingido
No tiroteio, o policial mineiro Rodrigo Francisco, de 37 anos, morreu.
Quem teria atirado foi Jerônimo da Silva Leal Júnior, dono da empresa de segurança responsável pela segurança que fazia a escolta do empresário paulista. Jerônimo também foi baleado e está internado em estado grave.
O empresário Antonio Vilela também foi atingido na troca de tiros, mas já recebeu alta e está preso.
Quem foi preso
Quatro agentes paulistas e o empresário Antonio Vilela foram presos. Os policiais civis mineiros não foram detidos.
Os paulistas presos preventivamente em Belo Horizonte são: os investigadores Eduardo Alberto Modolo Filho e Caio Augusto Freitas Ferreira de Lira e os delegados Bruno Martins Magalhães e Rodrigo Castro Salgado da Costa, do Grupo de Operações Especiais (GOE). Todos negam terem sido autores dos disparos que mataram o policial mineiro.
Os outros cinco policiais civis paulistas contratados para fazer a escolta haviam deixado o estacionamento antes do tiroteio e também não foram detidos.
Foram apreendidos R$ 14 milhões - parte desse dinheiro seria falso. O empresário Antonio Vilela, que seria o dono do dinheiro falso e se apresentaria com o nome de Antonio Vasconcelos, já foi preso em 2009, em Minas, e em 2015, em São Roque, no interior de São Paulo, por tentar passar cédulas falsificadas para frente.
As defesas
O advogado dos paulistas diz que seus clientes estavam em Minas para fazer um serviço extraoficial, o chamado "bico", o que configura infração administrativa, mas afirma que nenhum deles efetuou nenhum disparo de arma.
Dois policiais mineiros disseram em depoimento que estavam de folga e foram ao local do crime atendendo a um pedido de ajuda do policial que terminou morto na ação. A Polícia Civil de Minas Gerais foi procurada mas disse que só irá se pronunciar sobre o caso após o fim das investigações.
Quem investiga
As investigações estão a cargo da Polícia Civil de Minas Gerais. O encarregado do caso é o delegado Armando Avólio Neto.
Cinco promotores foram destacados pelo Ministério Público de Minas Gerais para acompanhar o caso. O secretário mineiro Sérgio Barbosa Menezes, também defendeu a entrada da Polícia Federal na investigação. (Com Estadão Conteúdo)