O circuito de monitoramento por vídeo da rodoviária de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, registrou o momento em que o carro da montadora BMW chega ao terminal, por volta das 3h, com os quatro mineiros encontrados mortos nessa segunda-feira (1º).

Nas imagens, é possível ver Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, uma das vítimas, fora do veículo. Ele desce antes do carro estacionar. Depois, é visto passando mal, com andar cambaleante. Ele ergue os braços e encosta em um pilar. Posteriormente, retorna para o carro.

Intoxicação por monóxido de carbono é a principal suspeita sobre a causa da morte do grupo. O gás teria vazado para o interior do veículo. A perícia feita no carro identificou uma desconexão entre o motor e o sistema de escapamento de gás.

Ainda na segunda-feira (1º de janeiro), dia da fatalidade, o delegado Bruno Effori, da Polícia Civil, informou ter identificado "vazamento entre o motor e o painel do veículo, causando intoxicação e asfixia por monóxido de carbono nas quatro vítimas".

As autoridades investigam a causa da desconexão entre o motor e o escapamento. Uma das principais hipóteses é que uma customização feita para aumentar o som do motor possa ter causado o problema.

O caso

Quatro pessoas — Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19, Tiago de Lima Ribeiro, de 21, e Nicolas Kovaleski, de 16 anos — foram encontradas mortas dentro de um carro da montadora BMW que estava estacionado na rodoviária de Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, na madrugada desta segunda-feira (1º), logo após a queima de fogos. As vítimas viveram em Paracatu, na região Noroeste de Minas Gerais.

Eles teriam ido à rodoviária buscar uma amiga — namorada de uma das vítimas —, que saiu de Minas Gerais para se encontrar com o grupo. Quando a moça chegou, ela encontrou os quatro passando mal. Estavam com ânsia de vômito e tontura.

A mulher conta que os amigos permaneceram dentro do carro, enquanto ela saiu para dar uma volta, esperando que eles melhorassem. Quando retornou, encontrou os quatro mortos. As vítimas teriam ficado cerca de quatro horas no carro, com o ar-condicionado ligado.

Entenda a intoxicação por monóxido de carbono

A intoxicação ocorre da seguinte forma: as moléculas de monóxido de carbono se ligam à hemoglobina (responsável pelo transporte de oxigênio do pulmão para os tecidos do corpo). Com isso, a circulação de ar é prejudicada, fazendo com que órgãos fiquem sem oxigênio. A consequência é a asfixia.

O monóxido de carbono é um subproduto da queima incompleta de combustíveis fósseis, como gasolina e diesel. Com isso, é liberado pelos veículos e pode representar um risco à saúde humana em caso de ausência de ventilação adequada. Túneis e estacionamentos cobertos são exemplos de lugares onde a concentração do produto pode ser maior.