Uma nova tecnologia desenvolvida pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) está promovendo grandes benefícios para a população, garantindo um monitoramento eficiente das redes de distribuição de água e da coleta de esgoto, evitando problemas antes que eles afetem os consumidores.
Chamado Sistema Integrado de Supervisão (Copasis), o projeto está na segunda fase de implementação e tem como objetivo monitorar à distância o nível de reservatórios, o funcionamento das bombas de água e as redes de esgoto, tudo em tempo real. Isso permite uma resposta rápida a falhas e evita que os clientes sofram com a falta de água ou outros transtornos.
A plataforma fornece dados para análise por meio de representação virtual gráfica em tempo real, e entra em sua segunda fase nesse segundo semestre.
Idealizado pelos engenheiros de automação Alexandre Marques, da Unidade de Serviço de Desenvolvimento Tecnológico – USDT, e Samuel Rodrigues, da Unidade de Serviço de Macrooperação de Água – USMA da Copasa, o projeto, que começou a ser desenvolvido em 2019, faz parte de um conjunto de ações para evitar impactos no sistema de distribuição e abastecimento de água causados por adversidades, como as ondas de calor que afetam o país.
De acordo com Samuel Rodrigues, a plataforma já está em funcionamento em quase 2 mil unidades operacionais espalhadas em cerca de 300 localidades do Estado. “Com as telas de monitoramento implantadas nesta segunda fase, é possível acompanhar em tempo real o nível dos reservatórios e analisar dados sobre as condições momentâneas do sistema de distribuição de água. E averiguar falhas de funcionamento dos conjuntos de bombeamento de água, gerando uma notificação imediata à Cemig, se o motivo for falta de energia elétrica”, observa.
Segundo o engenheiro, o monitoramento em tempo real também possibilita a avaliação do perfil de consumo dos sistemas de abastecimento, permitindo o desenvolvimento de ações e melhorias. Com a construção de uma base histórica de dados extraídos da plataforma de monitoramento Copasis, será possível fazer também um melhor planejamento das obras de expansão do sistema de modo a torná-lo mais eficiente.
Para Gabriela Correia, engenheira de automação que também integra a equipe de desenvolvimento do Copasis, dentre as muitas utilidades do projeto, o principal benefício é evitar as causas de falta de água, com exceção daquelas ocasionadas por falta de energia, uma vez que as medidas a serem tomadas dependem de um terceiro.
“Quando ocorrer uma falha eletromecânica, por exemplo, em uma elevatória posicionada antes do reservatório de abastecimento, a identificação imediata vai possibilitar a atuação mais ágil das equipes de manutenção, inclusive, com a reparação do dano de maneira mais rápida. Essa agilidade nas ações vai impedir o esvaziamento total do reservatório, evitando os casos desabastecimento”, explica.
Estrutura
De acordo com Gabriela, devido à complexidade e à extensa área de abrangência da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o gerenciamento operacional do sistema de abastecimento de água e de coleta do esgoto sanitário é dividido em dois subsistemas denominados macro e microoperação de água e esgoto, uma característica específica que os diferencia dos demais sistemas localizados em munícipios em que a Copasa atua.
“Essa complexidade exige tecnologia e soluções inovadoras nos processos operacionais para tornar os sistemas mais eficientes, alcançando assim melhores resultados”, frisa.
Desde 2006, a macrooperação de água conta com um sistema de monitoramento à distância, no Centro de Operação de Sistema (COS). Foi da necessidade de desenvolver uma estrutura para levar à microoperação de água e esgotamento sanitário de todo o Estado o mesmo modelo de monitoramento que há tempos vem trazendo bons resultados para a macrooperação da região metropolitana de Belo Horizonte, que nasceu o Copasis.
De modo geral, os sistemas de distribuição de água contam com elevatórias de água tratada (EAT) aparelhadas com dispositivos para bombear a água. A maioria das EATs está posicionada em dois pontos específicos: antes dos reservatórios, impulsionando a vazão para enchê-los, e depois, onde as elevatórias têm a função de pressurizar a rede para abastecer os imóveis localizados nas partes mais altas das cidades.
Na microdistribuição a operação das EATs e o controle do nível dos reservatórios são feitos por automatismos locais, com uma programação suficientemente inteligente para manter a estabilidade do sistema de abastecimento, equilibrando a distribuição de água de acordo com as variações de consumo ocorridas ao longo do dia.
Entretanto, até pouco tempo, todo esse monitoramento das EATs era feito in loco, o que tornava muito difícil identificar qualquer inconsistência de funcionamento e outras ocorrências de forma imediata. Muitas vezes, as equipes tomavam conhecimento de uma falha eletromecânica, por exemplo, somente depois que os clientes começavam a registrar reclamações nos canais de atendimento da Copasa, por já estarem sendo afetados pela falta de água.
Agora, com o Copasis, o monitoramento é 100% remoto, e as equipes só precisam ir até o local em casos de manutenção. "Esse sistema nos permite agir de forma preventiva e rápida, evitando que os consumidores sofram as consequências de falhas que, antes, demorávamos para detectar", conclui Gabriela.
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