Com bares e restaurantes fechados devido à pandemia do novo coronavírus, o delivery de comida tem minimizado o prejuízo de comerciantes ao mesmo tempo em que disponibiliza um variado cardápio a seus consumidores. Se a orientação das autoridades de saúde é ficar em casa, a 99Food oferece restaurantes de diferentes nacionalidades e sabores para sair da mesmice em tempos de confinamento.
Recém chegada a Belo Horizonte – as operações foram iniciadas em dezembro do ano passado –, a plataforma de entrega conta com mais de 5 mil estabelecimentos parceiros na capital, entre eles, os de pratos que fogem ao tradicional arroz com feijão da hora do almoço, ou do sanduíche e da pizza, do fim do dia.
Há opções de pratos de diferentes partes do mundo, como restaurantes árabes, asiáticos, indianos, italianos, mexicanos, argentinos e peruanos (veja sugestões abaixo). Dono da Ta com Tudo Taqueria Mexicana, localizada na região Centro-Sul de BH, Moisés Moreira percebeu até uma mudança de paladar do mineiro nesta quarentena.
"Temos uma clientela de só um ano e meio funcionando na Savassi. Depois que fechamos, não foram só nossos clientes que passaram para o delivery. Vieram outros. A comida mexicana não é uma junk food, ela é mais saudável, com ingredientes frescos. E, agora, as pessoas estão querendo fugir do óbvio", avalia o comerciante que, embora registre queda no faturamento, estima um aumento entre 5% e 10% nas entregas.
Pedir pratos de culinárias de outros países não necessariamente significam preços mais salgados nos deliveries. Localizado no bairro Sion, região Centro-Sul de BH, o Omã Empório Árabe, aberto há três por uma família de origem síria, já tem um público que procura uma comida diferente do cotidiano.
"Tenho, por exemplo, mexido árabe, que coloquei justamente para pegar o cliente mineiro. Os restaurantes de alta gastronomia devem estar sofrendo muito nesta pandemia porque vendem pratos de R$ 70, R$ 80. Eu tenho prato executivo a partir de R$ 22", pondera o proprietário, Pablo Abreu.
Depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro, o imigrante indiano, Rishav Ghosh, viu em Minas uma oportunidade para fixar seu negócio. O Bistrô Indiano funciona há quase dois anos no bairro Serra. Mesmo com a queda de metade das vendas por conta da quarentena, ele tem conseguido descontar os prejuízos com as entregas.
"Temos uma porção de murg curry, um prato tradicional. Ele é de frango assado no estilo indiano, preparado no molho curry. Temos pratos vegetarianos que saem bastante, o cordeiro também tem bastante saída. A comida indiana não tem carne de boi ou porco, por isso, o cordeiro é uma opção a mais", detalha Ghosh.
Segundo a MindMiners, empresa de tecnologia especializada em pesquisa digital, a pandemia da Covid-19 provocou mudanças de hábito dos brasileiros na relação com deliveries. Enquanto 79% dos consumidores deixaram de frequentar restaurantes, bares e baladas, 33% passou a usar mais delivery de comida. Um total de 17% das pessoas não tinha o hábito de usar serviços de entrega de comida e acabaram aderindo.
Estudo não constatou contaminação em delivery
O alto contágio provocado por viroses ainda faz com que parte da população tenha receio de pedir comida por delivery. Uma pesquisa da consultoria especializada em foodservice Galunion, em parceria com o Instituto Qualibest, mostrou que 56% das pessoas se preocupam se a comida é feita com higiene pelos restaurantes.
Em outras epidemias causadas por vírus semelhantes à Covid-19, a Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos fez uma avaliação sobre o risco de contágio e não foi constatada nenhuma transmissão por alimento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que o novo coronavírus precisa de um hospedeiro para se multiplicar. Ou seja, a transmissão se dá de forma direta, de pessoa para pessoa, pela proximidade com um indivíduo contaminado, ou indireta, quando há o contato com uma superfície contaminada.
Prevenções e orientações
A plataforma de comida 99 Food orienta restaurantes parceiros com medidas preventivas, como lavar bem as mãos com água e sabão antes de preparar os alimentos e garantir um ambiente higienizado de preparação dos produtos. Conheça mais orientações do aplicado aos estabelecimentos:
- Orientar a equipe da cozinha a lavar as mãos antes e depois do manuseio de alimentos, crus ou cozidos, bem como ao entrar e sair do estabelecimento;
- De preferência, orientar a todos na cozinha a usar uma máscara;
- Priorizar o uso de diferentes tábuas de corte e facas ao manusear carne crua e alimentos cozidos;
- Para proteger os alimentos das partículas do ambiente durante o transporte, fechar bem a embalagem e, se possível, colar um lacre de segurança em cada pedido;
- Orientar que a equipe em contato direto com mais pessoas ou com dinheiro lave as mãos frequentemente ou use um desinfetante entre cada transação;
- Disponibilizar um desinfetante para as mãos ao alcance dos clientes e funcionários para promover uma higiene consistente;
- Certificar-se de limpar e desinfetar qualquer objeto ou superfície em contato constante com as pessoas.
Gradualmente, os restaurantes parceiros da 99Food poderão retirar, nas próximas semanas, lacres de segurança para incentivá-los a embalar adequadamente os alimentos e protegê-los das partículas do ambiente durante o transporte. Boa parte dos estabelecimentos já usa esse tipo de lacre.
Baseado nas orientações das autoridades de saúde, a 99 Food também enviou recomendações aos entregadores. Em condomínios residenciais ou comerciais, o entregador não deve se deslocar até o andar do consumidor. Ele deve deixar o pedido na portaria ou na expedição do local.
No último dia 16, a 99Food iniciou a distribuição de mais de 7 mil kits com máscaras e álcool em gel para entregadores parceiros de Belo Horizonte. O objetivo é reduzir a chance de contágio pelo novo coronavírus durante as entregas.
Os kits eram formados por máscaras da categoria N95/FFP2 e álcool em gel 70% para higienização de mãos, bolsas e guidão. A plataforma também criou guias preventivos de higiene para entregadores, restaurantes e consumidores. As informações estão disponíveis em sessões online informativas e pode ser consultadas aqui (99app.com/99food_corona).
Seguro
Os entregadores parceiros do aplicativo contam com um seguro contra acidentes pessoais e com um fundo de suporte de US$ 10 milhões (R$ 52,5 milhões), criado pela companhia global chinesa DiDiChuxing, dona da 99Food e da 99.
O fundo implica o pagamento de uma ajuda financeira, em forma de doação, aos condutores e entregadores que forem diagnosticados com o Covid-19, que forem suspensos da plataforma por suspeita de infecção ou que forem colocados em quarentena por indicação médica.
Plataforma escolhe Belo Horizonte
A 99Food iniciou as operações no Brasil no fim do ano passado e escolheu Belo Horizonte como primeira cidade a receber seus serviços. A tradição culinária mineira e a referência do Estado como um do mais importantes pólos gastronômico do país pesaram na definição. Além dos 5 mil estabelecimentos cadastrados na capital, a plataforma conta com 7 mil entregadores parceiros. Nos quatro primeiros meses, foram 1 milhão de entregas para 400 mil pessoas.
“Iniciamos as operações da 99Food por Belo Horizonte por reconhecermos a cidade como um importante pólo gastronômico brasileiro e também por conhecermos muito bem essa praça pelo tempo em que a 99 atua por aqui. Além disso, começar pela capital mineira reforçou a nossa identificação com os sabores locais, com a cultura regional e nos deu a oportunidade de contribuir para o fortalecimento da economia oferecendo aos usuários uma ampla variedade de restaurantes com opções simples, acessíveis e deliciosas para comer todos os dias”, afirma Danilo Mansano, diretor geral da 99Food.
Além de BH, a 99Food também já chegou a Divinópolis, no Centro-Oeste do Estado, em Varginha, no Sul de Minas, e em Curitiba, capital paranaense. As cidades de Poços de Caldas e Itabira, também em Minas, estão em fase de credenciamento de restaurantes.