Minas Gerais tem 389 pessoas oficialmente reconhecidas como superdotadas pela Mensa — principal organização internacional dedicada a pessoas com altíssimo quociente de inteligência (QI). O número coloca o estado na 4ª posição do ranking nacional de membros da entidade, ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.

Para entrar nessa lista, é preciso muito mais do que se sair bem na escola, ter doutorados, mestrados, condições financeiras ou boa memória. O ingresso na Mensa é reservado aos 2% da população mundial com QI mais elevado, comprovado por meio de testes padronizados e rigorosos — como o Stanford-Binet, que exige pontuação mínima de 132 acertos.

Foi esse o caminho trilhado por Thales Dutra Caús, de 34 anos. Natural de Resplendor, cidadezinha do Vale do Rio Doce, no interior de Minas Gerais, ele passou recentemente no teste de admissão da Mensa e agora integra o grupo seleto de brasileiros reconhecidos como superinteligentes. “Fiquei muito feliz com o resultado”, conta.

O processo, reconhecido e supervisionado, não permite decorar fórmulas ou rever conteúdos escolares. A ideia é outra: entender como o cérebro raciocina sob pressão e lida com padrões lógicos. “No teste que fiz, tive 45 minutos para resolver 35 questões. Ou seja, pouco mais de um minuto por questão. Foi desafiador”, afirma Thales.

Atualmente, o Brasil soma 5.000 membros na Mensa — 3,1 mil adultos e 1,9 mil crianças e adolescentes — e ocupa a 6ª colocação no ranking mundial da instituição, ao lado do Japão. No topo da lista estão Estados Unidos, Ilhas Britânicas, Alemanha, Suécia e República Tcheca. 

Apesar dos avanços, os números ainda estão aquém do que indicam as estimativas. Estudos apontam que cerca de 5% da população brasileira tenha altas habilidades, o que corresponderia a mais de 10 milhões de pessoas. Mas o reconhecimento oficial ainda é baixo: segundo o Censo Escolar 2024, pouco mais de 44 mil estudantes superdotados estão matriculados nas escolas do país.

Intercâmbio intelectual

Fundada no Reino Unido em 1946, a Mensa é uma sociedade independente, sem fins lucrativos, que não se envolve em causas políticas ou religiosas, mas busca promover o intercâmbio intelectual entre seus membros.

A associação, que tem cerca de 134 mil membros espalhados por 100 países, organiza provas de admissão em várias cidades e oferece conteúdos preparatórios para interessados, além de promover encontros, congressos, palestras, fóruns online e publicações, criando um ambiente propício para o aprendizado contínuo, independente de raça, cor ou crença.

Embora a Mensa não divulgue seus membros por questões éticas e de privacidade, alguns nomes de Hollywood, por exemplo, já foram identificados como membros da instituição, como Nolan Gould, Geena Davis, Kara Hayward e Leif Gantvoort. “Fazer parte da Mensa é uma oportunidade não só de desenvolver o próprio intelecto, mas de contribuir com ele para um mundo mais informado, inovador e consciente”, afirma Thales.


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