Pandemia

Coronavírus: Kalil estuda endurecer isolamento em BH e punir desobediência

Após movimentação na orla da lagoa da Pampulha e outras regiões da capital no final de semana, prefeito determina estudo de medidas mais duras para conter a propagação do coronavírus

Por Da redação
Publicado em 30 de março de 2020 | 12:54
 
 
normal

O prefeito Alexandre Kalil pediu mais uma vez, nesta segunda-feira (30), que as pessoas respeitem a quarentena e fiquem em casa por causa da disseminação do novo coronavírus. Neste fim de semana muitas pessoas foram flagradas na orla da lagoa da Pampulha e o prefeito afirmou que estuda endurecer o isolamento e criminalizar quem desobedecer as medidas definidas pela prefeitura. 

"Acionamos a Procuradoria Geral do Município, uma desobediência de uma pandemia é crime e vamos enquadrá-los como criminosos, já estamos fazendo estudo. Isso é péssimo. O pessoal não está entendendo. Agora já houve mutação do vírus. O vírus já está matando gente com 26, 30, 40 anos. Esse jovem que vai sair, 80% deles vão entrar e sair do CTI com vida, [mas] ele está matando homem de 60 anos. Isso é de uma cretinice, de um egoísmo. Toda vez que você vê um casal não idoso passeando na orla da Pampulha, praça do Papa, você tem aquele olhar: esse é um egoísta. Nós vamos identificar esse povo como os egoístas, eles fazem mal a Belo Horizonte, só pensam neles", detalhou Kalil em entrevista ao MG1, da Rede Globo.

Ouça o que o professor da UFMG Gustavo Menezes disse ao podcast Tempo Hábil Entrevista sobre os desafios da primeira pandemia em tempos de redes sociais:

 

De acordo com o prefeito, se a desobediência continuar, vai virar um "caos" em uma cidade de quase 3 milhões de habitantes. "É muito importante que esses egoístas que saem à toa na rua, para caminhar ou para protestar, quebrando leis e quebrando coisas necessarias com egoísmo, e com falta de patriotismo, parem com isso", disse Kalil a emissora.

Por três dias seguidos, entre sexta-feira e domingo, carreatas pelas ruas de BH pediram a reabertura do comércio de Belo Horizonte. Em pelo menos um dos dias, os manifestantes passaram na porta do prédio do prefeito. 

Kalil também fez critícas ao que ele considerou de falsos patriotas. "Esses que botam camisa de seleção brasileira e bandeirinhas nas costas
não passam de irresponsáveis que não sabem ler a leitura básica da realidade do mundo hoje", complementa na entrevista. 

Ele disse ainda que se o governador Romeu Zema (Novo) que estuda a reabertura do comércio em Minas o chamar para conversar sobre isso, ele vai conversar por respeitar a hierarquia, mas que Belo Horizonte não vai aderir a suspensão da quarentena. 

Cestas básicas 

O prefeito também anunciou que vai distribuir R$ 20 milhões para moradores de vilas e aglomerados.   

"Nós vamos cadastrar esse pessoal. Temos o Cadastro Único. Ontem (domingo, 29) me reuni com o Fleury, secretário da Fazenda, e ele me deu matematicamente o que temos em sobra para investir nesse povo. Nós estamos preocupados com essa gente também, não é com caminhonete com cabine dupla, passeando com bandeira. Tem gente sofrendo muito, nós vamos tentar ser o mais rápido possível. Já determinei hoje que sejam tomadas as providências para que esse pessoal seja assistido", detalhou em entrevista ao MG1, da Rede Globo.

A iniciativa repete a adotada logo após a suspensão das aulas em escolas municipais, quando a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou R$ 9 milhôes para compra de cestas básicas a serem entregues para as famílias que têm filhos matriculados em instituições do município. 

Saúde 

O prefeito disse poucos exames de coronavírus estão sendo divulgados. A falta de testes, segundo Kalil, demora e prejudica os números. Kalil afirmou que para os hospitais administrados por Belo Horizonte, Odilon Behrens e Metropolitano do Barreiro foi feita uma compra de 250 mil máscaras e há 60 mil pares de luvas estocados. 

"Não há falta (de luvas e máscaras) por causa dessa compra emergencial e também estamos tentando adquirir mais", relata o prefeito em entrevista a TV Globo. Kalil disse ainda que atualmente a capital mineira tem capacidade para atender atualmente 7.000 pessoas em respiradores e que equipamentos devem chegar do governo federal. 

O prefeito afirmou ainda que temos que seguir os bons exemplos do mundo e que em Milão, na Itália, o prefeito se arrependeu de ter mandado as pessoas às ruas. Então segundo ele, temos que manter o isolamento para que os números caiam em Belo Horizonte. Kalil disse que conversou com três infectologistas que afirmaram que a cidade tem chance de cair muito o números se seguir a quarentena. 

Casos de Coronavírus em BH

A cidade registrou uma morte pela doença de uma paciente de 82 anos que morreu no hospital Biocor, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A capital mineira tem 163 casos confirmados da doença. 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!