Isolamento
Downloads de aplicativos de delivery crescem 15% em março com coronavírus
Segundo levantamento do RankMyApp, o pico de instalações ocorreu no dia 6, quando foi registrado aumento de 126% em relação ao mesmo dia de 2019
As recomendações de medidas de isolamento social e de restrições de aglomerações de pessoas, consideradas essenciais para o combate ao avanço do coronavírus, fizeram os serviços de delivery dispararem nas últimas semanas. De acordo com um levantamento do RankMyAPP, empresa de inteligência de marketing e aquisição para aplicativos de celular, nos primeiros 16 dias de março, o número de aplicativos de delivery instalados no Brasil aumentou 15% em comparação com o mesmo período de 2019.
Segundo a pesquisa, o número total de apps instalados até o último dia 16 já corresponde a 61,3% do total de vezes que esses aplicativos foram baixados em todo o ano passado. O pico de instalações em março ocorreu no dia 6, quando foi registrado aumento de 126% em relação ao mesmo dia de 2019.
“Muitas empresas já liberaram os funcionários para ficar em casa, e boa parte da população adotou a quarentena preventiva. Os números mostram que os aplicativos de delivery são uma saída muito útil e segura no momento atual, e que essa opção deve continuar em crescimento significativo no Brasil”, afirma o CEO do RankMyAPP, Leandro Scalise.
Na Rappi, houve “aumento significativo no número de pedidos de supermercado”, o que a empresa acredita “ser uma resposta dos usuários preocupados com o tema incerto e medidas de quarentena sendo tomadas em diferentes cidades”. “As pessoas se sentem mais seguras fazendo um pedido via Rappi e evitando concentrações massivas de pessoas. As categorias que registraram um maior aumento foram farmácias, restaurantes e supermercados”, disse a companhia em nota.
Recentemente, a Rappi adotou a entrega sem contato. Os consumidores podem escolher uma opção de pagamento eletrônico e, pelo bate-papo do aplicativo, dizer ao entregador a forma como querem receber o produto.
A Eu Entrego, aplicativo em que motoristas se cadastram para realizar entregas de produtos aos consumidores para redes varejistas do país em veículos particulares, registrou crescimento de 30% na demanda na última semana.
A Uber não informou se registrou aumento de usuários ou pedidos. A empresa disse que está “sempre trabalhando para ajudar a manter todos os que usam a Uber em segurança” e que vai continuar a “seguir as orientações para ajudar a impedir a propagação do coronavírus”. Os clientes do Uber Eats também têm a opção de receber pedidos sem contato e podem solicitar aos entregadores que deixem a comida na porta, por exemplo.
O iFood não respondeu aos questionamentos da reportagem. Diante dos impactos do coronavírus, a empresa vai destinar R$ 50 milhões de sua receita a um fundo de assistência a restaurantes, com foco nos pequenos estabelecimentos locais. Para minimizar os prejuízos de restaurantes que fecharem as portas nos próximos dias, o valor arrecadado pelo iFood em taxas do serviço "Pra Retirar", no qual os usuários fazem o pedido via app e retiram diretamente no restaurante, será devolvido integralmente aos restaurantes parceiros.