Lição para o futuro

Estudo da UFMG vai avaliar falhas de pequenas cidades no combate ao coronavírus

Pesquisadoras da Escola de Enfermagem vão levantar dados sobre como os sistemas de saúde municipais da Região Metropolitana de BH funcionaram e suas deficiências. Ideia é apresentar um plano de ação para os próximos anos

Por Marcelo da Fonseca
Publicado em 31 de maio de 2020 | 21:36
 
 
 
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Se o grande número de mortos pelo coronavírus deixou claro que nossos sistemas de saúde não estavam preparados para enfrentar uma emergência, o caminho para o futuro pode ser analisar as falhas e deficiências para aprender com os erros do passado. 

Um projeto da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pretende fazer um diagnóstico sobre os problemas dos sistemas municipais de saúde em pequenas cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte e apontar propostas de planejamento para melhorar a gestão da saúde. O projeto será feito em cidades com até 20 mil habitantes da região. 

“A primeira fase é fazer um diagnóstico situacional dos municípios. As dificuldades que tiveram com os planos e ações. Quais financiamentos conseguiram e em que gastaram”, explica a professora do curso de Gestão de Serviços de Saúde da UFMG, Kátia Ferreira Costa Campos. “Os gestores de municípios de pequeno porte muita vezes encontram dificuldade neste planejamento. Em alguns casos os planos são feitos por uma ou duas pessoas, não há muita estrutura”, diz Kátia. 

Ao analisar as fragilidades para o planejamento em saúde no SUS nas pequenas cidades os pesquisadores poderão propor soluções e ações a serem tomadas nos próximos anos e melhorar o atendimento das populações. 

Serão usados questionários como instrumentos de captação de dados qualitativos e será feita análise documental para captação de dados relativos aos planos municipais de saúde e documentos afins, assim como dados relativos à situação de saúde em relação a pandemia pelo Coronavírus.

O projeto terá a duração de 1 ano e pretende-se, como intervenção, desenvolver um processo de Educação Permanente relacionada a revisão da programação anual 2020 e 2021 tendo em vista a pandemia.

“A partir do diagnóstico vamos desenvolver um processo de educação para elaborar planos de 2022 até 2025, o próximo quadriênio. Com o coronavírus estamos vendo que está difícil estabelecer a taxa de incidência em cada local. Temos ainda o agravamento das síndromes respiratórias agudas, que pela falta de testagem não sabemos se é ou não a Covid-19”, ressalta Kátia Ferreira.

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