Coletiva

Governo compra 8.000 respiradores da China, mas prazo para entrega é de 30 dias

Ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta anunciou o investimento de R$ 1,2 bilhão na aquisição dos equipamentos e oficializou a recomendação do uso de máscaras caseiras pela população

Por Igor Veiga
Publicado em 02 de abril de 2020 | 18:41
 
 
 
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Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o governo federal comprou 8.000 respiradores pulmonares e 200 milhões de EPIs (máscaras, capotes etc.) para abastecer os hospitais do país. 

“Conseguimos assinar ontem o que é uma promessa de 8.000 respiradores e 200 milhões de EPIs (máscaras, capotes etc.). Temos 30 dias para recebê-los. Vamos ver como vai se comportar o mercado nesses dias”, afirmou.

Para organizar o fluxo de distribuição dos materiais aos Estados brasileiros, o ministério passa, agora, a informar pela internet a quantidade de itens enviados para cada secretaria de Saúde. “Isso vai evitar ações judiciais que pedem o remanejamento de equipamentos entre os Estados. É necessária uma cooperação para se evitarem esses problemas”, disse Mandetta.

Tratamento com cloroquina 

Durante a coletiva, Mandetta destacou o resultado da primeira pesquisa científica fora da China, mas ainda preliminar, sobre o uso da cloroquina no tratamento de pacientes graves da Covid-19.

“Foi publicado (um estudo) pela revista ‘New England’ e trouxe bons resultados. Foi pequeno, com apenas 62 casos, mas já é um caminho. Hoje ainda faremos uma videoconferência com o Conselho Federal de Medicina para debater isso. Vamos pela ciência, sem ‘achismo’, pelas publicações, e, gradativamente, encontrar as melhores soluções para enfrentar a doença”, disse Mandetta.

Máscaras de pano

O ministro da Saúde também oficializou a recomendação da pasta sobre o uso de máscaras de tecido pela população como forma de prevenção ao contágio do novo coronavírus.

“Durante o dia, a máscara caseira de pano teve muito questionamento. Mas insisto em dizer: ela faz uma barreira mecânica tão boa como a máscara cirúrgica descartável. A diferença é que a de tecido precisa ser lavada pela pessoa”, afirmou o ministro. Mandetta reforçou que não existe protocolo oficial sobre máscara caseira. 

“Se precisar que o ministério escreva, a gente coloca no site. Mas não existe protocolo. Uma máscara de pano com camada dupla serve muito. Ela vai dar a proteção mecânica, ou seja, ela barra perdigoto, gotícula de saliva. Se ela ficar úmida, tem que ser trocada – a cada duas horas, em média. Não tem ciência nisso. É só não esquecer de lavar com água e sabão ou deixar de molho 15, 20 minutos na água sanitária”, explicou o ministro, que tem formação como médico.

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