Durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (30) para atualizar os dados da Covid-19 em Minas Gerais, o secretário adjunto de Saúde no Estado, Marcelo Cabral, disse que “infelizmente, vamos acabar perdendo um ou outro ente querido” para a doença. A declaração foi dada quando Cabral pedia que a população não quebrasse as recomendações do isolamento social durante o feriado prolongado.
“Vocês fiquem daí (em casa), e a gente faz a nossa atividade daqui para poder dar a vocês condições de enfrentar a Covid-19 – e para que a gente possa seguir até essa situação passar. E ela vai passar, uma hora vai passar, só que a gente precisa fazer isso com cuidado, sabendo que, infelizmente, a gente vai acabar perdendo um ou outro ente querido, próximo de nós. Cada um de nós está sujeito a essa situação, mas isso é para que tenhamos mais atenção e possamos seguir fazendo aquilo que cabe a cada um de nós”, disse Cabral.
Antes, o secretário adjunto havia anunciado que a Fundação Ezequiel Dias (Funed) já recebeu, desde 12 de março, 12.874 amostras de casos notificados como síndromes respiratórias. Dessas, 11.606 já tiveram o seu resultado laboratorial disponibilizado. Desse número, 1.421 amostras (11%) foram oriundas do Hemominas, 664 (5,2%) da UFMG Pampulha e 221 (1,7%) da UFMG Nupad.
UFVMJ vai fazer testes
Sem detalhes sobre como vai funcionar, Marcelo Cabral anunciou também o início de operação do laboratório da Universidade Federal dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha (UFVMJ) para realização de exames para Covid-19, em conjunto com os outros laboratórios públicos que já atuavam sob coordenação técnica da Funed. “São ações que vão ampliar nossa capacidade de resposta ante a epidemia”, disse.
Questionado se a flexibilização em alguns municípios gerou algum impacto no número de casos no Estado, Cabral disse que não houve essa percepção e que os números estão se “mantendo de uma maneira razoavelmente adequada”, afirmou.
Divisas
O secretário adjunto também foi indagado sobre a preocupação de Minas com moradores de outros Estados procurarem atendimento em cidades vizinhas, como aquelas que fazem divisa com São Paulo e Rio de Janeiro. Marcelo Cabral disse que o governo monitora esses atendimentos, mas, pelo fato de a saúde ser tratada em um sistema único, não há, neste momento, pretensão de Minas de impedir que moradores de outros Estados sejam atendidos pelo sistema médico mineiro.