George Floyd

Nova York elimina unidade anticrime de policiais à paisana após protestos

Os Estados Unidos passam por grandes protestos após a morte de George Floyd, um homem negro, nas mãos de um policial branco, em Minneapolis

Por AFP
Publicado em 15 de junho de 2020 | 19:43
 
 
normal

A unidade anticrime de Nova York, composta por policiais à paisana, será desmantelada, anunciou o chefe de polícia da cidade nesta segunda-feira (15), em meio a protestos nos Estados Unidos exigindo reformas na aplicação da lei após a morte de George Floyd. 

O chefe de polícia de Nova York (NYPD), Dermot Shea, disse que os 600 policiais que compõem a unidade, criticados por minorias por sua brutalidade, assumirão outras responsabilidades. 

"Esta é uma mudança sísmica na cultura de como a polícia de Nova York trabalha na cidade", disse Shea a repórteres. 

A unidade se concentrou em crimes violentos e esteve envolvida em alguns dos mais notórios tiroteios da Big Apple, segundo o "New York Times". 

"É hora de avançar e mudar a forma como vemos a polícia nesta cidade. Podemos fazer isso com inteligência, astúcia e não força bruta", disse Shea.

Os Estados Unidos passam por grandes protestos após a morte de Floyd, um homem negro, nas mãos de um policial branco em 25 de maio em Minneapolis. 

Os manifestantes exigem reformas policiais, incluindo grandes cortes no orçamento e o fim do racismo e da brutalidade endêmicos na aplicação da lei. 

Policiais de Nova York foram filmados espancando manifestantes que não respeitaram o toque de recolher imposto por uma semana para evitar saques.

Vários policiais foram disciplinados, e pelo menos um foi acusado de empurrar e derruar uma manifestante que perguntou por que ela não conseguia andar na rua. A jovem precisou ser hospitalizada. 

Para o chefe da polícia de Nova York, a medida equivale à eliminação da política municipal de prender e registrar moradores de bairros de alta criminalidade, que tinha como alvo as minorias negras, latinas e muçulmanas indiscriminadamente, e foi imposto pelo ex-prefeito Mike Bloomberg.

O Estado de Nova York - como outros países, cidades e comunidades - já havia adotado um pacote de medidas na sexta-feira passada para acabar com a violência policial contra negros. 

Uma das medidas proíbe a manobra de asfixia e leva o nome de Eric Garner, um homem negro que foi sufocado pela polícia de Nova York em 2014. A mesma manobra causou a morte de Floyd, quando o policial Derek Chauvin apertou o pescoço da vítima com o joelho por quase nove minutos. 

Outra medida anulou a cláusula 50ª, que protegia os policiais acusados de abusos. Esta cláusula mantinha em sigilo todos os registros profissionais de todos os policiais, incluindo suas sanções disciplinares, e impedia a população de saber se eles haviam cometido abusos no passado. 

A NYPD tem mais de 36 mil oficiais e é a maior do país.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!